Oyá, Senhora do Entardecer 
Religiões seculares e a humanidade
Religiões seculares e a humanidade

 

Para entender as religiões dos últimos séculos torna-se necessário conhecer, suas origens desde o nascimento da humanidade e suas sociedades. Através de registros na História os  humanos surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, no final do Plioceno, período que compreende de 5 a 2 milhões atrás. Eram, provavelmente, Homo habilis evoluídos do Australopithecus, nosso ancestral macaco. Em tempos imemoriais, travou-se em mundos e dimensões diferentes no Planeta, com incansáveis embates entre o bem e o mal, dando origem inclusive a muitos dos enunciados bíblicos. De forma resumida escreverei sobre elas, mas com certeza alcançarei meu objetivo ou seja, comprovar que a semeadura no decorrer dos séculos autentica o respeito por Deus mesmo com nomes diferentes em religiões, como  cristãs e não cristãs; que o Cristo real, não é um mito, mas um personagem, cujo contexto sociocultural, se faz presente em mensagens nos conflitos com autoridades políticas e religiosas, na vida, morte e renascer; que todas guerras religiosas movidas pelo poder foram um grande erro da humanidade; que seja qual for a vertente religiosa tem por missão garantir valores supremos, motivações profundas e impulsionar manifestações contra as situações injustas; que a semeadura profícua tem que ser regada, como a solidariedade, o afeto e empatia; que nenhum devoto pode dizer amém para todos os ensinamentos religiosos que recebe, pois muitas vezes fere sua consciência.  As doutrinas filosóficas e   religiosas são consideradas espiritualistas e estão divididas entre inúmeras crenças e existem várias formas de entender a espiritualidade e seus diversos níveis de evolução. São inúmeros os caminhos para chegar na casa do Pai, pois lá tem muitas moradas.

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_mapa-m%C3%BAndi#/media/Ficheiro:Baylonianmaps.JPG

 

Essa representação feita pelos babilônios é considerada como o primeiro mapa-múndi da história por representar o mundo na concepção de seus autores, mesmo que na verdade, a Terra seja bem diferente disso.

 

Povos da Raça Atlante

Os povos da Raça Atlante haviam recebido diretamente de seus Grandes Instrutores, as verdades de suas religiões. Essas verdades, fortalecidas pelo poder psíquico de percepção próprio dessa Raça, eram de caráter completamente divino.Estas religiões lindavam com o mundo da consciência superior e não utilizavam símbolos naturais. Eram de um monoteísmo seleto. Mas, quando esta Raça começou a decair e a degenerar, as práticas religiosas foram suplantadas por atos de poder psíquico e de magia negra. Ao se diferenciarem os ário-semitas dos atlantes, mantiveram um longínquo vislumbre dessas divinas religiões, ainda que completamente oculto sob o peso de muitas centúrias e da razão, nova prerrogativa da nascente Raça. Os atlantes, submersos nas profundidades do mar - nas quais afundou seu continente - levaram consigo sua divina religião.

 

Povos das Raças Árias

Novos Iniciados e novas Idéias fizeram sua aparição e, em conseqüência, foi implantada uma nova religião que acompanhou a nova Raça Ária e que foi base de todas as suas religiões posteriores. Os ário-semitas, depois da grande luta sustentada contra seus adversários negros (se bem que eles também fossem negros - com diferente estrutura física), lançaram-se à conquista do novo continente que, qual terra prometida, virgem, havia emergido das águas para eles. Os primitivos homens, em imensas caravanas, guiados por seus Divinos Instrutores, abandonaram as velhas costas para buscar terras novas e emigraram para o centro da Ásia e da Europa. A natureza era dura de vencer. Mas, ao ser subjugada, dava maravilhosos resultados e revelava seus segredos. Por isso, os homens primitivos a divinizaram, a ela e a suas forças manifestas. Estes homens já não eram os ário-semitas. Eles se haviam transformado em uma Raça característica: ários puros.

 

Povos das Raças Ários puros

Sua tez se tornou branca como a neve que sobre eles caía, seus olhos adquiriram um tom azulado e acinzentado como a neblina que constantemente os envolvia; e seus cabelos se coloriram de vermelho e loiro.  religião nova que surgiu, baseada no culto da natureza, era puramente humana e fálica e foi o fundamento do politeísmo. Mas veio um dia em que os ários voltaram à terra de onde vieram, encontraram seus negros predecessores, os ário-semitas, os quais, com um rudimentar monoteísmo, conservavam a religião divina dos atlantes - e os venceram. Destas duas correntes, de uma religião divina esquecida e de outra, natural e humana (nascente), formou-se o arcabouço de todas as religiões vindouras. As religiões árias então, nascem da recordação de um estado divino perdido e do conhecimento de uma força natural, posta ao alcance do homem. As palavras dos primeiros Divinos Instrutores se fundem, cristalizam-se com a experiência material dos povos. A recordação do divino é materializada com uma imagem, com o culto aos antepassados. E, deste manancial onde Deus e o homem se encontram - onde o círculo e a cruz se unem - brota a água cristalina que inundará o mundo e os tempos, que terá diversos nomes, que voltará a juntar-se um dia no oceano do homem feito Deus.

 

Povos dos Vedas

Há milhares de anos uma grande coluna de ários cruzou os Himalaia e, encaminhando-se para o norte da Índia atual, estabeleceu ali sua morada. Guiava-os o Manu Vaivasvata, um Iniciado Solar de Primeira Categoria, e dez sábios chamados Richis. Seus nomes eram respectivamente: Marichi, Atti, Pulastya, Pulaka, Angrias, Kardama, Dasksha, Vashishiha, Brighu e Narada. Fixaram-se  na terra de Uttura Kuru, país encerrado em um círculo de altas montanhas, que poderia ser a atual Cachemira. Estes ários hindus, de tez branca, de pés convexos, possuidores já do quinto sentido - primeira sub-Raça da grande Raça Ária - deixaram a seus descendentes a história de sua magnífica religião, redigida nos Vedas milenares. Os Vedas, palavra que quer dizer “ciência pura”, é um conjunto de hinos e cânticos que aqueles antigos povos costumavam elevar a seus deuses. Hinos que, no princípio, não estavam escritos, mas eram transmitidos oralmente de geração em geração. Os Vedas se dividiram em quatro grupos: 1° Rig; 2° Sutra; 3° Brâmanes; 4° Atharva. Por estes livros sagrados, deduz-se que se conhecia já um princípio infinito e imenso, desde onde surgiam todas as coisas criadas: Aditi, o Infinito. Por trás deste conceito universal, forma-se a idéia de um Deus criador, pessoal, forte, que encerra em si todo o poder do bem. Este é Indra, o segundo deus hindu que luta continuamente contra o mal e contra o espírito das trevas e das obscuridades: Vritra. O idioma primitivo dos ários era o sânscrito que se transformou depois com o tempo, como todos os idiomas primitivos, em línguas sacerdotais e religiosas. A língua sânscrita é para os hindus, a vibração eterna, Vak, que eles transformam em divindade. Os versículos dos Vedas, quando são modulados segundo as antigas entonações, têm para eles uma vibração de especial poder, a qual se chama Mantra. Agni, o fogo; Phritivi, a mãe da terra; Mitra, o sol, Varuna, as nuvens; Arimau, o lar familiar; em uma palavra, todas as manifestações da natureza, todos os costumes, as virtudes, o bem e o mal, são materializados e transmitidos à posteridade como divindades.

 

Povos do Hinduísmo

Os Upanishads, os Sutras, que constituem a moral e a filosofia do hinduísmo, não são mais que amplos comentários dos textos primitivos, baseados em sua religião. Cresce o povo ário, faz-se forte e potente, até que o desejo de poderio fomenta contendas e guerras terríveis. Nos Puranas, descreve-se a guerra entre os deuses e os elementos; no Ramayana, descreve-se a guerra dos ários guiados pela Divina Encarnação, Rama, contra os atlantes. No Mahabharata, está descrita a guerra dos hindus entre eles. É nesta epopéia que aparece Krishna, o oitavo avatar de Vishnu, guiando Arjuna à vitória. A conversa mantida entre estes dois, descrita no Bhagavad-Gita, é ainda hoje a base espiritual de muitos devotos da Índia e aqueles que seguem essa religião são chamados Vaichnavitas. No final do Mahabharata, aparece Shiva, o Deus do destino e da destruição e Kali, sua esposa. Estes deuses adquiriram desde então, grande incremento e serão aqueles que mais templos terão na Índia, gerando essa prole de iogues e tântricos, místicos e exercitantes dos poderes psíquicos, que ninguém no mundo poderá superar. Ainda Yaghannart, o rei do mundo, que passeia uma vez por ano sobre seu carro milenar, é imagem do deus Shiva. Os exercícios dos iogues estão especialmente descritos na Yoga de Patanjali, no Shivagama, no Chakra Nirupana. Este amor dos hindus por sua religião e pelas práticas espirituais, torna-os aptos a que suas religiões se multipliquem em infinidades de seitas, as quais seria impossível nomear. Todas elas impulsionam ao estudo das coisas internas e abstratas.

 

Povos do Egito

O antigo Egito se estendia para além do lado noroeste da África até uma ilha completamente submersa atualmente. As primeiras cinco dinastias, cuja memória se perde nas centúrias, pertenciam integralmente à Raça Atlante e eram, por isso, de origem semita. Vencidos estes antigos atlantes pela nova Raça - os primitivos ário-semitas negros - foi o Egito o berço da segunda sub-Raça ário-semita, que povoou a parte sul do Egito atual, depois que o velho Egito atlante foi sepultado no oceano. A antiga lenda egípcia lembra este grande dilúvio quando assegura que o rei Menes desviou o curso do rio Nilo para edificar na nova margem, a cidade de Menfis.  Por isso, a religião egípcia foi a que mais relações e semelhanças teve com a sabedoria atlante e com os segredos divinos e iniciáticos do continente perdido. As ciências do Egito, que construíram obras que ainda assombram o mundo, foram perdidas e ocultas porque pertenciam à Escola Sacerdotal dos Egípcios Atlantes, as quais haviam aprendido por herança dos egípcios faraônicos. O costume de pôr o faraó acima dos sacerdotes, ao contrário do que fizeram os brâmanes hindus, demonstra quão arraigada estava no povo a recordação dos Grandes Reis primitivos do tempo da grande luta, que eram, ao mesmo tempo, Sacerdotes Videntes e Reis Iniciados. A religião egípcia se fundamenta essencialmente sobre este conceito: um reino humano e poderoso, imagem do Reino Divino e Superior. O faraó, o rei, o dirigente absoluto de todos os habitantes do grande território, é o poder único, a voz primeira, uma verdadeira imagem de Deus. Dispõe da vida e da morte. É o rei verdadeiro, protetor de sua gente. É o sacerdote único, intermediário entre a terra e o céu. Não há outro sobre ele, não há outro mais que ele. Guiada por seus Divinos Instrutores, a primeira dinastia faraônica pode depurar sua Raça e sua divina religião já que, ao redor dela, a qual dominava como forte árvore, brotaram as flores das formas da humana religião ária. As dinastias dos faraós egípcios se dividem do seguinte modo: I e II: Thinitas; III a X: Menfitas; XI a XX: Tebanas; XXI a XXX: Saítas.

 

Alguns dos Deuses Egípcios

A recordação da divina religião atlante, fomentou entre os egípcios o culto aos deuses solares: Ra (o Sol), Atonu (o deus solar), Shour, Anuri Amon (deuses dos dias). A lembrança dos Grandes Instrutores, dos Divinos Iniciados que haviam guiado esse povo, inspirou os deuses dos mortos: Sokaris, Osíris, Isis, Anubis e Neftis, com seus expoentes. Mas o culto da natureza, característico da nova Raça Ária, cria os deuses dos elementos: Gabu (a Terra), Nuit (o céu), Nu (a água primordial), Hapi (o Nilo). Estes deuses elementais se transformam de geração em geração, mudam e vivem como os homens. São adorados em uma comarca e abandonados em outra, quase como se tivessem vida humana. Mas os deuses dos mortos são os que mais profundamente estiveram arraigados no coração dos egípcios desde seu grande Rei Iniciado, Menes. Osíris, o Senhor da morte, recebe a alma com seus quarenta e dois juizes infernais, enquanto o coração do morto fala contra si mesmo ou a favor. Isis é sua esposa, imagem da Velada Mãe e é também símbolo da Lua, rainha da morte. Osíris é o bem, mas luta constantemente contra Sit-Tifon, imagem do mal. Osíris é vencido por Sit-Tifon, é despedaçado e seus membros lançados ao Nilo. Mas sua esposa Isis, dolorosamente busca esses mutilados membros na água, junta-os e chora sobre o cadáver do Deus morto e sacrificado pelo bem. Desse corpo mutilado surgirá o libertador; nasce um casto menino, Horus, que vencerá definitivamente Sit-Tifon.

 

Os Magos Caldeus

Como dois imensos rios que se encontram e se juntam, a antiga religião divina dos atlantes e a nova religião dos vedas se uniram e floresceram na nascente Raça Ária. Já se viu como os ários abandonaram as mesetas e estepes da Ásia setentrional, emigrando em grandes caravanas para o sul. A nordeste da África, estendia-se uma terra inóspita e quase inabitada, limitada pelos mares Negro, Mediterrâneo, Cáspio, o Oceano Índico e as montanhas do Cáucaso. Como imensa massa de sal, a finíssima areia do deserto era a única dona do território. Mas, no limite oriental deste deserto, estabeleceu-se a nova raça que foi depois conhecida com o nome de Meda.

Dois grandes rios, o Eufrates e o Tigre, sulcavam este deserto, aliviando os novos habitantes e ajudando em sua tarefa fundadora. Os brancos homens haviam encontrado ali umas tribos nômades de negros semitas. Destruíram-nos ou dominaram-nos, mas sempre sem misturar-se com eles. Aprenderam destes descendentes de atlantes, a história de sua divina religião e de suas grandezas perdidas.

Mais adiante, a história da destruição da Atlântida será escrita nos anais caldeus na lenda do “Deus Belo”. Pela maldade dos homens, Deus decide destruí-los e encarrega Xisusthros de que construa uma arca e guarde nela todo ser bom e que navegue para a terra de Nicir, terra prometida de salvação. Os hebreus copiaram dessa história, o relato bíblico do dilúvio universal. Titã e Ner, gigantes caldeus, são também vislumbres do conhecimento que tinham da gigantesca Raça Atlante.

A luta dos primitivos caldeus contra a rebelde natureza e contra a incomodidade do terreno que habitavam, e a recordação do culto natural de seus antepassados ários, fizeram com que divinizassem os elementos e fenômenos naturais. Mas o culto mais arraigado desse povo, que alcançaria um grau elevadíssimo de civilização, é aquele da existência da vida depois da morte, da reencarnação e da influência dos seres bons e maus sobre a Terra e sobre os homens. Por isso, o primitivo sacerdote caldeu é o encantador que, com perfeita vocalização, afasta os espíritos inferiores e invoca a proteção dos bons. Este estudo profundo das artes mágicas faz dos sacerdotes e Iniciados caldeus grandes químicos e grandes conhecedores do aspecto oculto da natureza. Como aprenderam que toda influência humana está sujeita à influência estelar e sideral, foram astrônomos consumados. Tão certo é isto que os templos caldeus podem ser considerados como grandes observatórios.

Os antigos templos eram retangulares e se chamavam ziggourat, com três, quatro ou sete andares sobrepostos. Estavam construídos sobre grandes colinas artificiais e o andar superior, de forma semiesférica, era um perfeito aparelho telescópico fundido em prata e ouro. Ali estava a câmara secreta da deusa Ishtar, à qual não podiam entrar mais que os Grandes Sacerdotes Iniciados ou os Iluminados que houvessem alcançado a clarividência mental. Os povos caldeus, que primitivamente se constituíam em clãs para a disciplina de sua organização, alcançaram bem depressa um grande poder e civilização. Não possuíam pedras nem mármores como os egípcios, mas souberam escrever sua história sobre imensas massas de barro, história esta que chegou até os dias atuais. Também adoravam um Deus Único, Zi Ana (Deus criador), Zi Kia (o Deus humanizado), o redentor feito homem, chamado o Grande e Sublime Peixe.

Observe-se aqui a similitude com Cristo, que traz uma religião que tem por símbolo um peixe, da mesma forma que a Encarnação Divina dos caldeus. Enlil é o aspecto mau de Deus, rei dos lugares tenebrosos, dos infernos e do mal. Os caldeus também conheceram o conceito religioso da Trindade, já que dignificaram Anu, Bel e Ea, como um Deus só, com três cabeças.

 

Religião Iraniana

À medida que iam se sucedendo as civilizações árias, uma após outra, iam mudando, modificando-se e transformando-se as religiões. Na bacia do Tigre, na Ásia Central, havia se levantado um povo forte e indômito, o assírio, que logo cresceu e desenvolveu uma potente civilização.

As cidades populosas e perdidas de Assur, Nínive e Calé lembram a grandeza desse povo. Imitando o povo egípcio, seu grande inimigo - ao qual venceu e pelo qual foi vencido por sua vez - divinizou o aspecto da natureza, da deusa pomba, a grande rainha Semíramis. Enquanto que, na adoração do aspecto masculino de Deus, este foi simbolizado pelo Fogo Sagrado que ardia constantemente nos templos. Os sargônidas, medas e os persas adoraram os dois aspectos: o fogo como Deus e a natureza divinizada como Deusa.

 Mas, havia de surgir uma nova religião, uma religião que divinizasse e exaltasse mais o conceito divino, desembaraçando-o da grande quantidade de ídolos, estátuas e cultos variados em que havia caído. A divina religião atlante estava esmagada sob as estátuas monstruosas de numerosos deuses. E a pura e natural religião dos primitivos ários havia sido suplantada por formas grosseiras. Assur, o deus alado, que sai do disco solar, cuja imagem os gregos copiaram para seu deus Hermes, havia perdido toda significação harmoniosa da humanidade enlaçada com a Divindade.

Em uma vasta meseta da Ásia, circunscrita pelos rios Indus, Tigre e o mar Cáspio, formava-se um novo ramo da Raça Ária, mescla de persas, de medas e de assírios: a raça iraniana ou pérsica. Nos alvores de sua civilização, para restaurar e harmonizar o culto religioso, desceu entre eles um Grande Iniciado: Zaratustra. Este grande ser destruiu a idolatria e levantou o estandarte do Grande Deus, o Deus único, o Verbo solar: Ahuramazda. Desde então, o culto solar, símbolo da religião divina dos atlantes, brilhará outra vez sobre todos os estandartes, sobre todos os tronos, sobre todos os altares.

Em sua juventude, Zaratustra é levado por Vohumano, deus tutelar da raça, a uma montanha onde Ahuramazda lhe entrega o Avesta, código sagrado da nova religião. Também Moisés, legislador do povo judeu, recebe de Jehová, sobre um monte, as tábuas da Lei. Até no que diz respeito à morte, esta nova religião se despoja das muitas formas, já que expõe seus mortos sobre altas torres, para que as aves de rapina comam as carnes dos cadáveres e os ossos sejam calcinados ao sol. A religião iraniana estabeleceu os dois princípios fundamentais, do bem e do mal. O bem há de ser premiado nesta e na outra vida. O mal há de ser castigado nesta vida, pela lei; e na outra, pela pena e pelo castigo divinos.

A religião iraniana abre um parêntese novo entre as religiões árias que haviam perdido sua primitiva harmonia, baseando-se no culto monoteísta e politeísta ao mesmo tempo. Se depois, com o correr do tempo e como todas as religiões, ela também se materializou e adorou deuses diversos, todas as religiões sucessivas jamais perderam o verdadeiro conceito da religião da Raça, que é uma recordação divina encerrada em uma forma humana. O círculo e a cruz aparecem por toda parte: o Ank Sagrado da Mãe Divina brilha no céu de todas as religiões da Raça Ária.

 

A Deusa Assíria da Guerra

Estreitado entre os poderosos impérios caldeu e egípcio, havia surgido um novo povo: os assírios. Os caldeus, os assírios, os fenícios, os sírios, os sargônidas e os persas constituem a terceira sub-Raça Ária chamada irânia. A Raça Ária se divide nas seguintes sub-Raças: Raça Raiz Ária 1ª sub-Raça - Ário-Ária; 2ª sub-Raça - Ário-Semita; 3ª sub-Raça -           Ário-Irânia; 4ª sub-Raça - Ário-Celta; 5ª sub-Raça - Ário-Teutônica; 6ª sub-Raça - Ário-Americana (por aparecer)

O povo assírio estava selecionado entre os caldeus ário-semitas e destinado a formar uma religião védica, por excelência. Havia se formado forte, indômito e lutador, já que era destino de a Assíria manter-se independente, à custa de guerras contínuas, pois rodeavam-no potências inimigas. É lógico então que a religião assíria seja, por excelência, guerreira e a personificação dos poderes da guerra, do combate e da vitória. O rei dos assírios, Assur, é um Iniciado ário, que guia esse povo à conquista de uma nova civilização: a civilização pela força.

Os assírios, ao saberem-se fortes, não foram cruéis com os vencidos, para aprender seus ensinamentos, assimilar seus bons costumes e entre fundir os valores construtivos. Assur, o rei Iniciado, transforma-se em Cidade Santa e a Cidade Santa se transforma no santuário vivo, que o tem por supremo culto. A grande biblioteca de Assur foi testemunha deste valor progressista dos assírios. Estavam ali reunidos documentos da antiga civilização atlante, da história dos primitivos assírios e o livro da profecia e da construção da grande pirâmide de Quéops. Desta biblioteca ficam remanescentes - de suas tabuinhas e escrituras sobre papel impermeável - no Museu Britânico.

O culto primitivo dos assírios era o mesmo que o dos caldeus. Adoravam o Deus Belo e lhe ofereciam sacrifícios. Mas depois, formaram um culto próprio, divinizando seus reis ou transformando esses deuses estrangeiros em deuses nacionais. Desta antiga religião não fica, hoje em dia, resto algum no mundo. Mas sua história de grandeza religiosa, de um Deus Uno e Trino, de um castigo e de um prêmio depois da morte, está escrita em todas as religiões que a sucederam. Quando o povo assírio decresceu e começou sua decadência, os cultos primitivos puros e fortes - que imploravam a vitória antes do combate ou celebravam o triunfo depois da batalha com ritos simples e primitivos - foram sendo suplantados por cerimônias luxuosas e sacrifícios humanos.

 

O Sol do Irã

Desde as margens do Oxus e do Laxartes situadas próximo à mística meseta do Pamir, os iranianos desciam para Bactriana e Nizaya. Dessa multidão de tribos nômades surgiram os impérios Meda e Persa. Como um sonho, chegaram até os dias presentes os relatos das grandes cidades dessas nações: Ecbatana e Persépolis. O Zend-Avesta é uma imagem dos Vedas. Seu idioma primitivo é do tipo Zenzar sânscrito e estava relatado no Avesta, livro que se perdeu completamente, pois o Zend-Avesta não era senão um comentário do texto primitivo (Zend: comentário). O conceito religioso dos persas era natural e divino. Tudo emanava do eterno, o chamado Zervani-Akerena. O Imanifestado se expressava em um deus manifestado: Ormuzd ou Ahuramazda. Havia também um deus do mal: Ahriman.

O conceito que tinham da vida não era nem de bem absoluto nem de mal absoluto, porque regia para eles o mais alto sentido dos pares de opostos. Ormuzd nem sempre é aquele que triunfa, a não ser periodicamente: existe a idade do bem e a idade do mal. Uma coisa contrabalança a outra. Mas o grande deus dos persas é Mitra, imagem da energia cósmica. Ormuzd, Ahriman e Mitra, formam a Trindade sagrada. O bem e o mal passam, mas a energia divina permanece eternamente. Este conceito de adoração ao Sol, faz que a imagem solar brilhe sobre os palácios e os estandartes dos persas. Todo o Irã é o país do deus sol. Como resultado desta ardente veneração, surge a adoração ao fogo.

Nesses templos resplandecentes de ouro, o fogo é o único símbolo, a única imagem. Pelas chamas do altar, os sacerdotes predizem o futuro e através do fogo chega a eles a voz dos deuses. Moisés recordaria isto quando Deus lhe falava desde a sarça ardente. O grande profeta do Irã foi Zaratustra, a Divina Encarnação aparecida há quatro mil anos para renovar o povo persa decaído. Não se deve confundir este profeta com Zoroastro que foi o Iniciado que trouxe os primitivos irânios de Bactriana à meseta do Irã. Toda a religião persa é cosmogônica e astronômica, em seu símbolo e em sua forma. O sol é a morada das almas bem-aventuradas, mas para ascender até ele, as almas deverão passar por sete portas, imagem dos planetas; mas também, imagem das etapas iniciáticas que devem ser escaladas para chegar à liberação ou estado de Iniciado Solar.

Nenhuma prova fica da grande civilização nem do grande adiantamento dos persas, já que a história conhece algo sobre ela, unicamente a partir da dinastia dos sassânidas. Os persas tinham também em Persépolis uma fantástica biblioteca e um museu com exemplares dos tempos mais remotos dos ários, que foram destruídos de forma vandálica pelos gregos, sob o mando de Alexandre.

A religião persa desapareceu totalmente do Irã, mas na Índia existe o mazdeísmo, que é uma imagem daquela antiga religião, a segunda depois do hinduísmo, que chegou até nossos dias. Ainda hoje, o sacerdote mazdeísta ou parsi acende o fogo sagrado sem tocá-lo: coloca no alto, sobre dois paus de sândalo, o lume para que se acenda. Em alguns templos, permanece sem acender-se, esperando durante anos, um raio do céu que o acenda. Antigamente, os sacerdotes persas que dominavam perfeitamente os elementais, atraíam sobre o altar um raio do céu para que o acendesse. O culto ao fogo - desde os persas e os ários primitivos, adoradores de Agni - passou a todas as religiões e este símbolo do natural e do divino chegará com elas até o final da Raça.

 

Os Sargônidas

Também se costuma chamar a segunda grande época assírio-semita deste povo iraniano, de Assíria. No entanto, existe uma grande diferença entre estas duas épocas e entre um e outro povo. Já se viu que os assírios eram de ascendência ário-semita e haviam assimilado os povos negros, primitivos, submetidos a eles. Cresceram e se fizeram poderosos e sábios, mas veio também para eles o tempo da decadência. Já não adoravam o Deus único. Os sacerdotes já não eram os mensageiros entre o Altíssimo e os homens. Os potentes templos, depósitos de energia guerreira, já não eram mais que galerias de estátuas de deuses de toda forma e dimensão. Os reis já não eram os justos descendentes do mitológico rei Nino, mas se abandonavam aos vícios e à indolência.

Enquanto isso, as províncias semitas - sujeitas aos assírios - haviam-se tornado fortes, abandonando os costumes pagãos e desejando voltar ao culto do único e verdadeiro Deus. Deus criou um homem guerreiro, indômito, de grande valor e fortaleza, de nome Sargão e de origem semita. Ele instigou seus irmãos de raça contra os reis reinantes. Levantou-se em guerra e venceu pouco a pouco os dominadores, ficando como senhor e rei de todo o território assírio. Por isso, era chamado “Sargão, o usurpador” e com ele começa a época dos assírios sargônidas, de origem semita. Este homem renovou o povo e as cidades (fundando novas), esmagou as províncias rebeldes, destruiu os ídolos e restabeleceu o culto a Deus, venerado em Espírito e verdade.

Toda sua vida, até que foi assassinado, foi de guerra e reforma. Venceu a barreira que o Egito e o Elman punham à Assíria e fez seu reino imensamente grande.  Depois da conquista da Caldéia e de haver saqueado pela segunda vez a Babilônia, edificou templos de sete escalinatas, nos quais se venerava a árvore sagrada, imagem das sete manifestações eternas e copiada dos mistérios da deusa Ishtar e do deus Belo da Babilônia.

Antigos fragmentos de barro representam o rei Sargão, de pé, diante da árvore sagrada, com a cabeça inclinada como se a estivesse adorando. A árvore sagrada era imagem, de acordo com os sacerdotes sargônidas, de Deus manifestado. A primeira parte, composta de três ramos, representava a manifestação inferior ou animal; a segunda parte, ramos de cor vermelha, representavam a vida do homem; outros ramos de cor azul celeste, representavam a existência dos mundos intermediários, onde moravam os antepassados guerreiros. Os outros ramos superiores, de cor amarela, representavam a morada dos anjos ou espíritos superiores. O quinto, o sexto e o sétimo ramos eram imagem do Deus Trino e Invisível. Esta forte raça semita foi a que mais tarde deixaria seus ensinamentos, seus símbolos e suas escrituras aos moabitas e aos hebreus, por intermédio dos quais chegariam até nossos dias.

 

Os Hebreus

Durante o primeiro período da sub-Raça irânia predominaram os puros ários no governo e na direção dos povos, como se viu na Caldéia e na Assíria. Mas a partir do segundo período da sub-Raça irânia, adquiriram preponderância outra vez, os semitas de cor acobreada, como se observa nos sargônidas, fenícios, arameus, moabitas e hebreus. Os semitas não abandonariam o domínio do mundo, especialmente no que se refere à matéria religiosa e espiritual, até o crescimento e desenvolvimento da sub-Raça céltica, a qual deu povos tão valorosos e admiráveis - puramente ários - como os gregos, itálicos e gauleses.

Muitos semitas haviam se estabelecido em diversos lugares da Ásia e haviam se transformado de tribos errantes, em povos fortes como os fenícios, os arameus e, em menor escala, os moabitas. Mas outros rejeitavam esta vida sedentária e preferiam o deserto à cidade, a tenda à cômoda casa, o pão ázimo dos fornos naturais aos saborosos manjares. Entre os demais povos, ainda os semitas, costumava-se esmiuçar a Divindade, dando-lhe diversos aspectos e formas. Mas, estes puros filhos da areia e das rotas intermináveis não tinham em sua mente simples a não ser um único conceito de Deus: Eloh, o Espírito, o Invisível, a Força Desconhecida, o que não podiam definir.

Estes nômades teraquitas se dividiram em diversas tribos, talvez as doze tribos de Israel. Mas os que adquiriram preponderância sobre os demais foram os de Ben-Israel e de Ben-Jacob. Esses nômades, que os assírios e os caldeus chamavam hibrim, que quer dizer hebreus - ou seja, os que  vêm de além-rio - tinham um altíssimo culto à conservação da própria raça e à pureza do sangue.

Eles eram os descendentes dos semitas atlantes, eram aqueles que, por centúrias e centúrias, tiveram que lutar para manter intacto o sangue que teria que ser transmitido às gerações posteriores para formar o novo tipo de homem. Tiveram a missão ancestral de manter no mundo o tipo físico da nova raça que haviam herdado de seus ascendentes atlantes. Esta força de manutenção da raça se manifestava como uma intolerância absoluta a mesclar seu sangue com aqueles que não fossem de sua tribo.

Este conceito subconsciente dos hebreus - de conservação da raça - transmitiu-se através do tempo, até hoje e muitos padecimentos tiveram que suportar e suportarão ainda por seguir o instinto da raça. A religião dos primitivos hebreus era completamente simples e ampla. Enquanto as caravanas e os camelos iam lentamente cruzando os caminhos que levavam para o Eufrates ou os caminhos da Síria ou do Líbano, elevavam suas preces ao Todo Poderoso, com lentas canções rítmicas, análogas ao Iasar dos israelitas e ao Kitab-el-Aghani dos árabes. Todas as tardes paravam e acampavam próximo a um oásis, e antes de seguir lentamente sua marcha, levantavam uma pedra comemorativa chamada “Iad”. Ou quando não encontravam uma grande pedra, juntavam montões de pedras, que os árabes do deserto, ainda hoje, chamam de El Galgail.

O vento que levantava dunas enormes e assobiava por dias e noites através de suas tendas; o raio que feria implacavelmente seu gado, tão amorosamente guiado; a lua que traçava seus caminhos com uma franja de luz projetada sobre a areia; o céu estrelado e o sol abrasador eram para eles o “Eloh”. Em vez de dividir estes elementos, de dar-lhes diversos nomes e atributos, fizeram com que se assimilassem entre si, juntaram-nos em uma única expressão de poder sobrenatural, “Elohim”, que era, ao mesmo tempo, o Deus Uno e os poderes de Deus, juntos em Um. Esta simplicidade de culto que os primitivos egípcios, caldeus e assírios haviam praticado – e que foram perdendo paulatinamente com o tempo e com o progresso - havia lançado as bases do conceito monoteísta, tal qual perdura ainda no mundo.

Jeová é nome dado a Deus em tempos posteriores, quando esse Deus Uno se fez mais material e mais unido aos destinos do povo israelita. Os hebreus não tinham mitologia alguma, pois a simplicidade de seu culto não a admitia. Tampouco admitia um culto propriamente dito, pois levavam consigo, no Terafin ou arca portátil, o óleo que costumavam derramar sobre as pedras recordatórias. Os hebreus somente tiveram cultos e templos depois dos cativeiros do Egito e da Babilônia, depois que se estabeleceram na Palestina.

 

A Religião de Moisés

Os atlantes possuíam uma religião divina que, considerando o Absoluto como fonte de todas as coisas e única realidade, desprezava considerar a vida física e a finitude do homem depois da morte. Mas este conceito, nas últimas sub-Raças atlantes, em plena decadência, transformou-se em um materialismo total. Os semitas, herdeiros dessa religião, tinham o mesmo conceito sobre o homem. Deus é o Todo, o Absoluto, Aquele que não se pode nomear. Aquele que abarca todas as coisas. Mas o homem é passageiro.

Diferentemente dos ários que crêem em uma vida depois da morte, que crêem nos “Pitris”, protetores invisíveis da raça, os semitas e em particular os hebreus, não crêem que o homem subsista no além. Basta-lhes ter uma vida venerável e respeitada; basta-lhes que seu nome seja pronunciado com veneração depois da morte e que a lembrança do patriarca seja perpetuada em sua raça.

No além não há mais que o nada, o silêncio eterno, o que o homem não tem direito de investigar. Alguns homens escolhidos, no mais extraordinário dos casos, serão arrebatados, ainda com vida, para o reino de Deus, para viver junto a Ele. As tribos nômades dos hebreus, ou melhor, algumas delas, haviam-se estabelecido no baixo Egito e tanto se enraizaram ali, que tomaram nome próprio, já que eram denominadas Ben-Josef. Adquiriram predomínio sobre os Ben-Israel e os Ben-Jacob, e os atraíram para si, dominando-os depois e mantendo sobre eles um predomínio aristocrático. Mas as freqüentes invasões nômades haviam debilitado o Egito e os faraós, e freqüentes revoluções internas eram suscitadas por estes estrangeiros nas províncias faraônicas.

Um jovem inscrito no serviço do culto egípcio - ou Levi - chamado Moisés levantou os hebreus contra os faraós e, à cabeça deste povo, induziu-os a fugir para o deserto de Canaã. O povo hebreu nada adotou do culto egípcio, já que na Judéia sempre foi considerado reprovável tudo o que recordasse o Egito: o bezerro de ouro, a serpente de bronze e outros ídolos. O único que mantiveram foi o sacerdócio egípcio, copiado dos Levi.

Todo o culto hebreu, como já se viu, está baseado nos cultos da Caldéia e da Assíria. No entanto, o puro culto primitivo dos Elohim - que havia culminado na bela figura patriarcal de Abraão, era unicamente monoteísmo racial. Yahve, o Iehova dos judeus, não é já o Deus Eterno que tudo abraça, mas é o deus peculiar do novo povo, um deus reduzido a uma estreita faixa de terra, a um pequeno número de homens, a uma relatividade personalista. À medida que este povo se estabeleceu em Canaã e se institui como tribo fixa, condensou mais em si este deus individual.

Fez-se cada vez mais obscuro o conceito espiritual dos hebreus, apesar do reinado de David e do Templo de Salomão. Quanto mais o esplendor terreno foi progredindo, mais se estendeu o materialismo entre eles. Mas a dor e os profetas despertaram este povo para manter, através das raças, a herança da religião semita. No cativeiro da Babilônia, longe de Jerusalém, longe dos esplendores da Palestina e da grandiosa solenidade de seu Templo destruído, voltaram a pensar na imensidade verdadeira de Deus e a prestar ouvidos às palavras de vida eterna de seus profetas.

Tendo voltado a Jerusalém por vontade de Ciro - o grande rei da Pérsia - restabeleceram o culto mais puro. Esdras reúne as perdidas e espalhadas leis do povo, amplia e estabelece definitivamente a Torah. A vida espiritual floresce. Filosofias e homens de religião proclamam a existência do Espírito depois da morte. Os saduceus posteriores são os materialistas, enquanto que os fariseus são os espiritualistas de Israel.

Não somente consideram a letra morta da lei. Eles estudam sua parte esotérica e oculta. E, quando os cristãos nascentes quiseram apossar-se dos livros sagrados dos hebreus, estes não tiveram inconvenientes em cedê-los, dando-lhes assim a letra morta e ocultando a parte esotérica que teve um belo reflexo no Talmude.

 

Os Gregos

Nas ilhas Egéias crescia um povo bárbaro, descendente dos puros ários, que haveria de ser o broto da sub-Raça celta e fundador da Grécia. Parece que o destino deixou na mais profunda obscuridade e abandono os povos que haveriam de ser fundadores de grandes raças e de dinastias gloriosas. Estes povos semi-selvagens não conheciam a escrita, as artes, nem sistema social, pois viviam completamente em contato com a natureza, praticando uma religião puramente humana e externa, resto da primitiva religião ária.

Todas as forças da natureza, todas as manifestações da vida, transformam-se para eles em divindade. Este povo não tem conceito de um Deus Único nem de um rei todo poderoso sobre a Terra, como tiveram os semitas e os egípcios com seu faraó. Constituem-se em clãs e nunca foi maior a Grécia do que quando foi governada como república. Com estas tribos egéias, jônicas e dóricas, forma-se a nova Grécia. Suas mais antigas lembranças estão relatadas em duas epopéias nacionais: a Ilíada, que descreve a destruição de Tróia. E a Odisséia, que canta as aventuras de Ulisses.

Grandes cidades surgem ao redor dos templos das diferentes divindades e são, ao mesmo tempo, cabeças religiosas e legislativas destes povos. Entre elas: Atenas, Esparta, Corinto, Tebas, Samos e Mileto. Com seu avanço, a Grécia se estende até a parte meridional da Itália, chamada Magna Grécia.

Seu deus, Zeus, filho de Rea, inspira-lhes aquele sentimento de força que obriga a vencer a todo custo. Deméter, a deusa da terra e da fertilidade, assegura-lhes o fruto do trabalho bem executado. Afrodite, a deusa do amor, nascida das brancas espumas do mar, concede-lhes o direito ao prazer e à vida. E o Olimpo, monte da Macedônia, transforma-se no paraíso, onde moram seus muitos deuses e onde a juventude e a felicidade são perenes.

Depois de vencidos os persas, fazem-se cada vez mais fortes e maiores, e nos tempos de Alexandre, filho do rei Felipe da Macedônia, o esplendor dos celtas está em seu apogeu. Alexandre fundou uma cidade no Egito que será a sede do novo império dos Ptolomeus. Serão fundados ali o museu e a biblioteca - maiores e mais ricos em documentos eruditos e em história - que a humanidade já viu. À medida que a Grécia vai se engrandecendo, vai adquirindo conhecimento da unidade de Deus. A religião humana e a divina sempre se encontram. Delas sairão os maiores filósofos: primeiro, Sócrates, o qual por acreditar em um Deus Único, foi condenado à morte, e depois seu discípulo Platão que tão maravilhosamente afirmou a existência de um ente supremo e explicou o significado oculto das diferentes divindades gregas. A estes, seguiram-se Aristóteles, Xenofontes e muitos outros.

Mas, o resumo glorioso da sabedoria grega está em Pitágoras. Ele explica o sentido vedantino da eternidade e o aspecto criador do Universo com uma exatidão matemática.

Nenhuma religião expressa a pureza e a simplicidade do culto primitivo dos ários, como o faz a grega. As forças naturais que vão adquirindo corpo pouco a pouco - transformando-se em pessoas vivas e em divindades - são de uma beleza tal, que milhares de anos depois de haverem desaparecido os gregos e sua religião, seguem vivendo nos tratados de suas filosofias, estudados até hoje, e nos testemunhos artísticos que imortalizaram aquelas lendas.

 

Alguns Deuses Gregos

 Na antiga Grécia começa o verdadeiro culto de deuses, imagens e cerimônias, no período chamado Micênico. Mas os ídolos gregos não têm seu apogeu senão na idade helênica. A idade helênica está constituída pelas dinastias dos eólios, jônicos e dóricos. A união destas três forças enriquece a antiga Grécia em religião, poesia, escultura e música, pois o culto helênico é um resultado das belas artes - não sendo as belas artes um resultado do culto, como em outras religiões. Toda força, todo impulso, todo ato de valentia, une as artes e cria um deus.

Pode-se observar isto no nascimento da mitologia dos povos. Cronos e os antigos Titãs é a civilização incipiente, a cultura em seu começo, pois deste povo ignorante e forte, surge Zeus, o grande deus. Já é um deus símbolo de força, de ordem, de vitória, de uma lei constituída para o progresso e o engrandecimento dos gregos. No Olimpo onde ele reina, reúne ao seu redor todas as divindades: do ar, do mar, da terra, do céu e do inferno. Ele é o absoluto que encerra em seu punho invulnerável, em sua vontade inquebrantável, todas as forças humanas e divinas, imagem do que os helênicos sonhavam ser, um povo único que dominasse todos os outros e os tivesse sob seu domínio pela persuasão, pela força, por todas as artes.

O império da Grécia, como se vê, ainda não morreu no mundo. Zeus divide seu reino celestial com seus irmãos Posseidon e Ares. Hera, esposa e irmã do deus, é símbolo do poder potencial e manifesto. Uma multidão de filhos ajuda os severos deuses a reinar. Palas Atena é a deusa da força e da guerra. Protege Atenas e os estudiosos, já que nasceu de um pensamento inspirado de Zeus.

Febo, deus da luz solar, símbolo da energia vital do astro rei, adornado de beleza e de graça, levando a seta e a lira, fere os desejosos do saber e os encanta com a inspiração da poesia, da música e das belas artes. Ártemis é a irmã do sol, símbolo da noite clara, da lua, das campinas, dos caçadores. Protege e regula a vida fisiológica da mulher.

Hermes, símbolo de Cristo, símbolo do filho de Deus, é venerado como mensageiro dos deuses. Protege a juventude, promessa futura do povo e, por último, salva as almas e as guia à mansão da paz. Hefaístos é o deus do fogo. Ninguém como ele tem a habilidade de trabalhar os metais, símbolo do fogo místico e da corrente vital geradora dos seres, imagem da Kundalini indiana. Sem ele, sem o grande poder, Afrodite, a deusa da beleza, do amor e da geração, não poderia dar vida aos homens. Hefaístos é seu único, seu legítimo consorte, apesar de que ela tenha outros amantes, porque o poder gerador é Um em seu aspecto fundamental.

Ares é o deus da guerra violenta, antipatizado pelos demais deuses. Hestias é a protetora do lar, é o anjo da guarda, o manso São José dos católicos. Posseidon, imagem da matéria instintiva, é o soberano das águas e do mar, das tempestades e dos terremotos. Leva na mão um tridente, símbolo do poder dos elementais ou do triângulo inferior: mente instintiva, energia original e matéria bruta.

 

Os Romanos

A Selva Negra estava habitada por uma tribo nômade de ários primitivos, os quais, atraídos pelo clima benigno das terras hespérias, desceram pelo atual Brenner até os paises vênetos e desde ali se internaram até o centro da antiga Satúrnia.  Fundaram ali uma florescente comunidade constituída em clãs, vivendo do pastoreio, da caça e da pesca. Sua religião era como de todos os ários: puramente natural. Adoravam os elementos e suas manifestações. Seus sacerdotes prediziam o futuro pelo vôo dos pássaros, pelo som do vento entre os ramos das árvores e pela forma das chamas do fogo sagrado.

Dali surgiu o poderoso povo dos racenos que, com o correr dos séculos, chamar-se-iam etruscos, povo de extraordinária civilização, como ainda hoje o demonstram os restos de monumentos, descobertos nas escavações daquelas cidades perdidas. Mas outros povos, de origem semita e, em particular, aquelas tribos que depois se chamaram ligures, invadiram a Península Itálica, destruindo seus antigos moradores e impondo suas leis e religião, de origem egípcia e divina. Começa desde então, o culto aos antepassados e a transformação do herói e do chefe morto da tribo, em deus.

A origem dos antigos romanos é completamente mitológica e está baseada nas crenças de todas as antigas religiões árias: um deus feito homem. Rea Silvia, sacerdotisa do culto do fogo ou solar, desposa secretamente o deus Marte e é mãe de Rômulo e Remo. Os dois meninos estão constituídos por uma manifestação humana e divina. Abandonados no rio, recolhe-os um pastor e os amamenta uma loba, símbolo este da descida das almas puras aos mundos inferiores para conquistá-los. Rômulo, depois de haver matado seu irmão, fundou uma povoação de foragidos, que implantaram um reino, à força de braço e de esforço. Por isso, como os assírios, sua religião se baseia na força, no poder, na guerra, na ordem, na lei, no militarismo. A suprema religião dos romanos é o valor, a vitória no combate e o engrandecimento de seu povo.

Os romanos nunca tiveram deuses próprios e sim raptados e copiados do Olimpo helênico. Júpiter, rei do céu, é o Zeus de Atenas; Vênus é Afrodite; Marte é Ares; Apolo é Febo; Vulcano é Hefaístos; e assim sucessivamente. O povo romano foi, em particular, ou muito supersticioso ou muito cético. E como era tal seu poder e esplendor, atraía para si todos os cultos das demais religiões existentes. No tempo do império, eram inumeráveis as seitas que existiam em Roma, às vezes com muito descrédito e diminuição dos deuses próprios e de seu culto. Por conseguinte, era de se esperar uma reação, como a que ocorreu em tempo dos cristãos.

Pode-se dividir o período religioso romano em três etapas: 1a. Aquela do culto natural e familiar do povo guerreiro, que foi a de máximo florescimento; 2a. O período de adoção dos deuses gregos que foi de enraizamento do império; 3a. O período cristão, que foi de rápida decadência para o grande império das águias.

 

O Império Celeste

Chung-Ku, o centro da Terra, o lugar inalterável, que as águas das cismas continentais não arrancaram do todo, guardou como uma relíquia, um punhado de homens lêmures que se amoldaram ao clima dos novos continentes - vencidos e dominados pelos negros atlantes e ao mesmo tempo instruídos por eles. Ainda subsistem ao despontar a Raça Ária. Não morrem, mas se transformam e se amoldam. E assim, temos o homem amarelo, de pequena estatura, olhos alongados, de idiossincrasia característica, como uma relíquia vivente da perdida Raça Lemuriana, matizada dentro da Raça Ária.

As origens da civilização chinesa (Chun-Chin) perdem-se entre as brumas dos tempos védicos, pois vedas foram as tribos que se estabeleceram sobre a penha de Chung-Yang, vencendo seus primitivos habitantes, assimilando-os e se adaptando a eles. Este país - que se estende desde o Tibete até o Mar Amarelo - guardou melhor que nenhum o conceito de uma religião divina, já que, à semelhança dos egípcios, vê no imperador o ser supremo. Ele governa os homens e os deuses. O panteão dos deuses chineses está sujeito, em sua categoria, às ordens do imperador. Por isso, o nome deste reino: Império Celeste.

O imperador mais antigo e real - já que as dinastias anteriores são unicamente mitos e lendas - foi Yu, da dinastia dos Hia. Ele erige cidades, organiza exércitos, combate seus inimigos e sempre sai vitorioso de suas empresas. Desde então datam os anais chineses, que são códigos perfeitos na ordem social, moral e econômica. Pode-se localizar esta dinastia há quinhentos mil anos antes de Jesus Cristo. Seus antecessores engrandeceram seus domínios e rodearam suas terras de uma imensa muralha que ainda subsiste como relíquia da grandeza chinesa.

Mas quem transforma a grandeza imperial chinesa em religião é Confúcio. Transforma a ordem militar em filosofia prática, a obediência ao rei em devoção filial, como deve o filho ao pai, o homem a Deus. Estabelece uma disciplina que transformará a dor humana em uma felicidade continuada. Mas, para que isto seja possível, é necessário que o dirigente, o chefe, seja perfeito e que ajuste sua vida a uma estrita moral. O Livro dos Anais, escrito por ele, transformou-se em código, em texto religioso que ainda é guia da alta aristocracia chinesa.

Mas a religião de Confúcio não se ocupa da vida depois da morte, pois é meramente materialista. Toda sua finalidade consiste em proporcionar ao homem uma vida mais venturosa e cômoda. O filósofo, o grande iniciado chinês da metafísica, é Lao-Tsé. Ele ensina aos homens a ciência da alma. Diz que tudo o que vemos é a manifestação de um princípio sublime, oculto e fundamental. E, que a felicidade verdadeira é buscar aquela verdade única que pode reintegrar o ser a seu estado primitivo. Yan, o princípio masculino e Yin, o princípio feminino, são as duas forças energéticas que mantêm o Universo.

Lao-Tsé deixa na China tal número de discípulos, que estes formam um verdadeiro exército e uma religião que ainda hoje subsiste, chamada taoísmo. Tao significa senda, a religião. Mas, com o tempo, a religião taoísta perdeu os primitivos conceitos de espiritualidade pura e se transformou em uma religião mágica. O sacerdote taoísta é aquele que afasta os maus espíritos, consagra as almas dos mortos familiares, fabrica amuletos e relíquias, e o elixir da vida, um estimulante para rejuvenescer.

A religião que mais se difundiu na China foi o budismo. Porém, hoje predomina o xintoísmo que é uma síntese das outras três e que, no entanto, é independente, baseando-se no culto ao fogo. O imperador professa esta religião porque é a síntese das outras três. A aristocracia segue as leis de Confúcio; os sacerdotes e os sábios, as de Lao-Tsé; o povo é budista. Acima de todas as religiões, tende o homem amarelo à conservação da sua, milenar, que é a mais perfeita síntese das duas grandes religiões: ária e atlante, entrelaçadas na verdadeira religião eterna: Império Celeste das almas.

 

O Budismo

A Índia havia degenerado sua religião de tal modo que se havia convertido em uma pura idolatria exterior. As castas superiores tiranizavam o povo, infundindo-lhe terror religioso. Até as imagens dos deuses, de aspecto horrível, com cabeças de monstros e posturas macabras, não infundiam amor nem veneração, mas superstição e pânico. Como depois de uma tormenta terrível se aquietam as águas e brilha o sol, assim, em meio à decadência hinduísta, surge no firmamento do mundo - qual sol resplandecente - a religião de Buda. A religião ária dos hindus, demasiadamente impregnada de materialismo, ia ser suplantada por uma nova religião de caráter monoteísta.

É verdade que isto despertou o coração da antiga religião dos Vedas - a qual, vendo-se açoitada pela nova fé, procurou restabelecer-se em sua prístina forma. Mas, assim mesmo, deixou um sulco profundo no mundo das religiões universais. O budismo vai tão estreitamente ligado à figura de seu fundador, que é impossível falar de um, sem lembrar do outro.

Em Kapilavastu, pequeno reino do Punjab, nasceu o príncipe Siddhartha, nona encarnação do Deus Vishnu. Sua mãe, Devaki Maya, morre ao dar à luz e ele fica ao cuidado do rei, seu pai e dos sábios do reino. Cresce sem conhecer as misérias do mundo, entre as comodidades de seu palácio. Jovem de vinte anos toma por esposa uma princesa vizinha, sendo logo pai de um menino. Mas, sobre a fronte do belo príncipe flutua uma nuvem de dúvida infinita: o desejo de conhecer a vida tal qual é.

Por isso, oculto, sai um dia de seu palácio, e ao ver que os homens sofrem, envelhecem e morrem, decide abandonar sua coroa e sua família para buscar o segredo da felicidade eterna. De príncipe, converte-se em sannyasin que, mendigando seu pão, percorre os caminhos poeirentos em busca do Arcano.

Segue o caminho do estudo e do conhecimento; prova os exercícios iogues tântricos; reduz seu corpo pela penitência, a um esqueleto; percorre as provas do amor místico; mas não encontra o segredo. É então que, sob a sagrada árvore de Bo recebe a suprema iniciação e descobre o porquê do sofrimento do homem: o apego é a causa da dor da vida, da morte e do voltar a renascer. Quando o ser já não tem desejos, quando a renunciação é absoluta, não sofre mais, não vem mais à Terra e encontra a eterna felicidade, reintegrando-se ao Não Absoluto. Desde esse dia, começa sua missão na Terra: ensinar aos homens o caminho da felicidade, o reto caminho.

Como uma reação produzida nas consciências religiosas, acossadas pelos muitos símbolos, cerimônias e leis, levanta-se poderoso, o simples budismo, arrastando a multidão. Por onde Buda passa, surgem os adeptos, aos milhares. E, como não seguir uma religião tão clara e simples?

Dizia que os homens eram todos iguais e, com isto, dava um golpe mortal no hinduísmo, tão preso à divisão em castas. Dizia que Deus é o substrato de todas as coisas e, com isso, derribava e matava de um golpe os deuses milenares. Dizia que a obra reta é a única que o homem deve executar, destruindo assim outra crença fundamental da antiga religião, a qual fundamentava o fruto da vida futura mais no auxílio divino do que na reta conduta.

Como cume de perfeição, Buda punha o celibato. Por isso, iam atrás dele colunas de monges que haviam abandonado tudo no mundo para ouvir e praticar sua palavra. Um dia, seu próprio filho chegaria a ele, para pedir-lhe ser admitido em sua comunidade.

Não se pode imaginar o ódio que suscitou a doutrina de Buda entre os brâmanes. Mas, com o ódio nasceu o desejo de rivalizar com ele. Foi como uma contra-reforma hinduísta.

Surgiram homens entre as diferentes seitas hinduístas, que compreenderam que não se podia combater homem tão esclarecido nem doutrina tão útil, a não ser com as mesmas armas. Compreenderam a necessidade de voltar à fonte primitiva de sua religião, de beber nas páginas dos Vedas as verdades eternas que haviam esquecido, para aplicá-las outra vez e professá-las em seus templos e cerimônias. Em uma palavra, o budismo despertou a consciência da Índia, trouxe a palavra de liberdade aos homens - que até então se haviam sentido escravos - e estimulou a reabilitação dos vedas primitivos.

Mas, não era na Índia onde deveria arraigar-se o budismo. Morto Buda, octogenário, nos braços de seu discípulo Ananda, começaram as lutas outra vez. E não terminaram até que, duas gerações depois, os chátrias, guiados pelos brâmanes, destruíram todos os budistas da Índia e arrasaram esta religião em todo o seu solo. Mas o sangue dos mártires é sempre semente de novos triunfos. A religião de Buda não havia morrido. Só havia sido transplantada a outras terras mais férteis e mais necessitadas de seu auxílio espiritual.

 

O Budismo Amarelo

Duzentos e cinquenta anos antes de Cristo, alguns missionários budistas se internaram na China para predicar a doutrina do Excelso. Ali foram recebidos mui benevolamente e a nova doutrina se fundiu rapidamente às antigas religiões existentes. Sobre a singela doutrina de Buda, levantou-se todo o edifício da nova religião, com seus dogmas, sua multidão de deuses, suas cerimônias e seus mosteiros, à cabeça dos quais estava o divino Siddhartha. Infinidade de Iniciados do Fogo propagavam a religião budista, apresentando ao vulgo as ensinanças esotéricas sob os véus dos símbolos e das imagens.

Levantaram-se inumeráveis mosteiros e foram estes, berço de sábios, fiéis conservadores de textos antigos e de livros de ciência. No coração da montanha, os monges cavavam sua cela e viviam ali como aves solitárias, alimentando-se unicamente da oração e da Sabedoria Eterna. Mas era necessário um centro, um lugar inacessível ao vulgo, onde pudessem os escolhidos guardar zelosamente os segredos da ciência da vida material e espiritual. Por isso, escolheram as montanhas do Tibete, por serem as mais inacessíveis e escondidas aos olhos do homem. Ali, ninguém os veria nem chegaria até eles o rumor do mundo, nem o tambor de guerra, nem o choque das mudanças de civilização.

Assim se fundou Shamballa, a sublime cidade de Lhasa.  Infinidade de monges vivia ali guardando, em sua prístina pureza, a doutrina esotérica de Buda. No Tibete, com seus monges místicos dedicados exclusivamente à contemplação e ao estudo, com seus sacerdotes seculares dedicados ao culto externo, formou-se um culto teocrático, dirigido pela potestade religiosa. Mas, como todas as coisas decrescem, também decresceu a vida espiritual do Tibete e os monges se abandonaram à prática da magia negra. Até que um excelso ser, Tutuguta, propôs-se reformá-la. Sucederam-se lutas encarniçadas, épocas em que prevaleceu uma facção ou outra, até que triunfou o bem e foram derrotados os monges perversos.

Até hoje, o Tibete não mudou. Sempre mantém intangível sua religião. Os Lamas de casquetes amarelos são os conservadores da doutrina esotérica. Um sublime ser os dirige: Dalai-Lama, que é tido como a própria expressão de Deus. Helena Petrovna Blavatski relata em “Isis sem Véu” que assistiu, em um mosteiro budista, a transmigração do espírito de um velho Dalai-Lama ao corpo de um menino de dois anos. Os Lamas de casquete vermelho são os que perderam a verdadeira doutrina e praticam a magia negra e a prestidigitação. Como um oásis em meio do mundo, o Tibete, umbigo do mundo, centro de força de nosso planeta, manteve uma antiga religião, em seu prístino poder e beleza.

 

Os Germanos

Como perdidos na imensidão das estepes de neve dos países nórdicos, na atual Escandinávia, vivia uma tribo de puros ários, sobreviventes da grande hecatombe da migração. Eram homens de cabelos vermelhos, de olhar penetrante e metálico como o aço, de corpos altos e esbeltos, cujos gritos agudos como o vento, repercutiam na vastidão dos desertos glaciais. Herdaram de seus pais ários, o culto à divina natureza que embelezavam com legendários e poéticos contornos.

Irmãos destes povos são os germanos do norte da Europa, que conservam o tipo, o culto e a vocação guerreira. A epopéia destes povos está escrita na Edda Escandinava, seu livro sagrado. Não deve ser confundida com os Eddas que Snorri Sturleson escreveu no ano mil e duzentos. Alfadur é o deus único nascido da luz boreal, sobre os céus luminosos. Thor ou Donar é o deus do poder; Odin é o deus da sabedoria; Freyr, o da bondade. Eles constituem a trindade escandinava.

Odin, com o passar do tempo, sobrepõe-se aos demais deuses. Transforma-se no potente Wotan, deus e senhor do céu e da terra, outro Júpiter que, com mão segura, dirige os destinos dos deuses, dos homens e dos demônios. Seu inimigo é Surtur, o negro Satã da terra e dos abismos. Entre eles, está o espaço frio e implacável. Friga é a esposa de Wotan, símbolo da fecundidade, da santidade do lar, da dignidade do matrimônio.

Seus filhos são os brilhantes Azas, os trinta e dois valorosos guerreiros defensores do Walhalla. Combatem contra Imes e seu povo, os gigantes do gelo. Note-se a similitude desta simbologia com a de outros povos, na descrição da guerra entre os ários e atlantes.

Uma grande guerra se estabelece entre a terra e o céu, entre os gigantes e os deuses. Thor, o deus do relâmpago - primogênito de Odin - e Bera, deus do valor, lutam na grande guerra e destroem os imensos bonecos de gelo. A Terra se converte em um rio de sangue, aparecendo sobre ela uma nova raça. Da cabeça cortada de Imes surge o primeiro par humano: Aske e Embla.

Do pensamento poderoso de Wotan nasceram nove brilhantes virgens, as clarividentes Walkírias. Elas anunciam o combate e conduzem o vencedor morto, o soldado caído, à morada feliz do Walhalla, sobre seus brancos cavalos. Vêem o destino dos homens e os dirigem sempre à vitória. Sobre esta lenda tão cosmogônica, Wagner traçou sua maravilhosa trama musical do “Anel dos Nibelungos”.

Para os povos selvagens das frígidas selvas, o combate era o supremo culto religioso. Com ímpeto incontido, lançavam-se à refrega - porque sabiam que, depois da morte, seriam levados ao paraíso, sobre um branco e alado corcel, pelas deusas guerreiras. O culto se efetuava em plena selva, sob o carvalho ou freixo sagrado. O carvalho estava dedicado aos antepassados e o freixo aos deuses.

Ali, a pitonisa selvagem, vestida de branco, à luz da lua cheia, invocava os deuses e decidia o dia e a hora do combate. Ela estava acima dos chefes do clã e sua palavra era absoluta e sagrada. Às vezes, Furni, o lobo feroz, atado pelos deuses a uma terrível corrente, uivava entre trovões e relâmpagos clamando por sangue humano. Então, para aplacar a ira do terrível lobo, sacrificavam vítimas humanas. Sobre o altar de pedra branca, a sacerdotisa abria o peito dos jovens soldados, escolhidos para o martírio.

Mas, este povo devia perecer, esta religião devia terminar, empurrados pelas águias romanas e pela cruz cristã. Assim o predisseram seus livros sagrados quando profetizaram que Lake, o malvado, destruiria e venceria os deuses, que o Walhalla afundaria entre chamas, levando tudo ao estado de ruínas. Esta imagem corresponde à reabsorção cósmica no dia do descanso universal, mas também se pode aplicar à queda destas puras crenças árias.

 

Os Gauleses

A quarta sub-Raça ária está formada pelos celtas. É muito difícil precisar a origem da mesma, pois é uma parte da primitiva Raça Ária que havia ficado incontaminada no centro da Europa. Os celtas deram lugar aos gregos, macedônios e cartagineses. Povos bonitos, fortes, guerreiros, flexíveis e amantes da natureza. A origem dos romanos é muito duvidosa porque os etruscos, antigos ressaibos dos iranianos, e os sabinos, habitantes do Lácio, eram de origem ário-semita. Mas na Sicília e ao longo da costa da Calábria viviam os povos itálicos, de pura raça celta que, com o tempo, enriqueceram suas terras e, mesclando-se com os outros povos, fundaram a casta romana. Por isso, os anais esotéricos inscrevem os romanos e sua religião entre os celtas.

Estes se estenderam ao longo da costa Atlântica da Espanha, invadiram a Gália, passando às Ilhas Britânicas. De pura raça celta era o povo gaulês, cujas terras se estendiam desde a Itália setentrional até o Oceano e o Reno. Os espessos bosques, as selvas virgens, os caudalosos rios, as passagens impraticáveis, os longos invernos, as numerosas feras, tornavam muito dificultosa a chegada de outros povos até ali. Os próprios gauleses, privados de contatos e obrigados a lutar duramente por sua existência e conservação, mantinham-se em estado semi-selvagem.

O clã, ou melhor, o conceito da família e a experiência do ancião era a suprema autoridade. Como viviam do produto da caça e da pesca, adoravam as imagens daqueles animais, levando-as como amuletos, além das plumas, ossos, etc. Plínio muito bem os descreve: de aspecto feroz, de olhares iracundos, defendendo-se com pedras e lanças toscamente lavradas. Seus gritos selvagens e guturais assustavam e punham em fuga o exército inimigo.

A casta sacerdotal ou druida foi a mais representativa dos gauleses. Eram consagrados desde pequenos à deusa da guerra. Viviam separados de seus pais, aos cuidados dos sacerdotes, sendo adestrados na arte da guerra e no manejo das armas. Quando adultos, todo o povo os servia e reverenciava. Ao começar a primavera e transformar-se a neve em água, ou mais exatamente, depois da primeira lua cheia de março, chegava o ansiado tempo de combater. Como deuses guerreiros, guiavam seu povo. As contendas eram travadas entre as próprias tribos ou conjuntamente contra os bárbaros da outra margem do Reno. Os romanos foram seus definitivos vencedores.

Não tinham mitologia própria. Adoravam a natureza, as árvores, as montanhas, os rios e sobretudo os antepassados. Tinham uma casta de virgens dedicadas ao serviço do templo, adoradoras da Lua, à qual rendiam perene homenagem e culto. Durante os plenilúnios saíam em longas filas, vestidas de branco, cantando hinos à Lua e implorando-lhe ajuda. A mais anciã e perita se transformava em pitonisa e predizia, pelas entranhas palpitantes dos pássaros recém-sacrificados, o porvir das tribos, o destino dos povos, a hora da guerra e os sinais de bênção ou maldição.

A lembrança desta religião e da cultura que com o tempo adquiriram, ficou oculta com o advento do cristianismo. Mas, como nada morre e sim, tudo se renova, os próprios cristãos, que a haviam relegado ao esquecimento, trouxeram-na à luz no Renascimento, quando todas as religiões pagãs foram desenterradas, estudadas e amadas. Foi no país dos gauleses onde floresceu a civilização das maravilhosas cidades chamadas hoje Paris, Lyon, Ambères, etc.

 

Os Jainistas

Não se pode precisar quando foi fundada a religião jainista, pois sua memória se perde nos primeiros séculos do hinduísmo, se bem que apareça formalmente constituída nos começos do budismo. Alguns a confundiram com a religião brahmânica e outros a acreditaram um ramo perdido do budismo. Mas não é nem uma coisa nem a outra. Formou-se por si só, baseando-se nas ensinanças milenares dos Vedas.

Pode-se dizer que a fórmula principal do devoto jainista é: amar todos os seres viventes, respeitando os animais tanto quanto os homens. Estes niilistas primitivos não provam bocado de carne, sendo pecado para um jainista ver que se maltrate um animal sem socorrê-lo. Ainda hoje, na região meridional da Índia, onde vive a maioria dos jainistas, vêem-se numerosas clínicas veterinárias. Isso demonstra um adiantamento sobre as instituições modernas de auxílio aos seres irracionais.

A vida dos jainistas é severíssima; nenhum deles prova bebida alcoólica nem jamais fuma. A crença fundamental desta religião consiste em uma essência incondicionada e outra manifesta, esta dirigida por vinte e quatro entidades espirituais: os Tirthankaras. As leis da criação universal, da moral e da ética jainista estão afirmadas nos livros sagrados chamados Siddhanta e escritos em língua tâmil, seu idioma sagrado.

A alma humana, chamada “jiva”, sai do seio puríssimo de Deus, descendo à Terra e é atada, por ignorância, aos mundos sensíveis. Unicamente pode desatar-se dos laços materiais mediante a austeridade, a meditação e as boas obras. Por isso, abundam entre os jainistas os ascetas de ambos os sexos, que renunciam a todas as coisas para dedicar-se unicamente à vida espiritual. Não falta a esta religião o auxílio divino, Edjina, o supremo vencedor, o IHES de nossa simbologia, imagem de Jesus, que desce periodicamente à Terra para auxiliar a humanidade e ajudá-la a libertar-se da prisão da carne.

Mas, a Divina Encarnação mais venerada entre os jainistas é Mahavira. Este preclaro ser viveu aproximadamente na época de Gautama, o Buda. Era de nobre e rica família. Conheceu as comodidades e os prazeres da vida; mas quando começou a estudar os livros sagrados, adquiriu tanto amor à sabedoria que decidiu abandonar o mundo, afastando-se em um deserto.

Despojou-se de seus ricos trajes, trocando-os pelo saial do mendigo e assim permaneceu doze anos no exercício da austeridade e da meditação. Começou então sua obra entre os homens. Reuniu os jainistas dispersos. Explicou-lhes a maravilha de suas doutrinas, conquistou-os com a pureza de sua vida, dando assim, um novo vigor à sua religião. Recopilou todos os escritos sagrados, traduziu-os da língua primitiva à comum e os colocou ao alcance de todos.

Atualmente, se bem que os jainistas não contem mais que com dois milhões de almas e se encontrem unicamente na Índia, é esta uma religião conhecida e admirada por muitos, dada a extrema honorabilidade e pureza de costumes de seus componentes. Criticou-se o exagerado formalismo dos jainistas porque têm aversão ao contato com as coisas impuras a tal extremo que só tomam água fervida e aspiram o ar de lugares contaminados de enfermidades através de um lenço de linho que usam sobre a boca. Acaso nossos modernos higienistas não fazem o mesmo? Mas o que importa sempre em uma religião não são suas formas e ritos externos, e sim a essência de sua parte mais pura.

 

Os Sikhis Militares

Antes que alvorecesse na Europa o Renascimento, a Índia milenar, berço das mais antigas religiões e da pura Raça Ária, havia decaído de forma alarmante. O budismo - aquela pura religião que alguns séculos antes despertara todas as consciências da Índia até a fonte do Eterno - havia sido desterrado a sangue e fogo do resto da Ásia. O fervor e a volta à religião dos vedas e às puras leis do Manu, que foi uma contra-reforma hinduísta suscitada pelo budismo, decaíram também. Os grandes rajás haviam abandonado o domínio espiritual para deixar-se transportar pela onda do mundo e, quando a Meia Lua invadiu o solo da Índia, não encontrou resistência.

Os hindus cederam tudo aos maometanos - e, como esmola, foi-lhes permitido viver em seu solo e seguir a religião de seus antepassados. Com o correr do tempo haviam-se cristalizado na Índia ódios e rancores cada vez mais acentuados, sempre por questões religiosas, entre os filhos de Alá e os do sagrado Ganges. Era necessária uma religião que suavizasse essas duas tendências, que procurasse harmonizar os dois credos, que tentasse unir os dois ideais tão discordantes.

Em 1469 nasceu um menino de família brâmane, que deveria ser fundador dos sikhis. Chamava-se Nanak e aos nove anos já sentia que sua missão era harmonizar todas as religiões da Índia. Se o Deus Único dos maometanos era o verdadeiro, suas vestiduras eram as múltiplas formas adoradas pelos hindus. A unidade nada retirava da diversidade da forma.

Abandonou o cordão sagrado dos brâmanes para ir ao deserto meditar. Saindo do mesmo feito homem, predicou o credo da união entre os maometanos e os hindus. Mas, sem querer, surgiu uma nova religião, a dos sikhis. Quando morreu no ano 1537, tinha inumeráveis discípulos e suas palavras haviam sido escritas e transmitidas em textos reputados sagrados.

Mas o mais característico dessa religião é sua organização militar. Cada sikhi é um soldado de Deus, que há de emprestar seu braço e sua espada pela defesa da fé e das terras que Deus lhe havia designado. Quem lhes deu este princípio militar foi Govinda, o décimo mestre sikhi, nascido em 1675 e morto em 1708. Dessa época, data o máximo esplendor desta religião; tiveram então, cidades e reinos, combatendo ferozmente para defender sua herdade.

Mais tarde, foram derrotados por completo, mas se bem que perdessem seus domínios, permaneceram firmes em sua fé até o presente. Na atualidade, contam-se milhares na Índia os que professam a religião sikhi. Um traço distintivo desta religião é sua estrutura iniciática, muito parecida à dos Cavalheiros da Sagrada Ordem do Fogo e das antigas ordens cavalheirescas cristãs.

Em verdade, vários Iniciados do Fogo viveram entre eles. Têm também símbolos e imagens semelhantes aos das ordens nomeadas. A etapa iniciática está constituída por cinco graus em lugar de sete. Começam pelo juramento, têm um banquete místico e um Mestre máximo, e uma iniciação completamente secreta e esotérica.

 

O Cristianismo

O cristianismo marcou uma nova era, básica, completamente diferente das anteriores, que revolucionou o mundo e é ainda credo da civilização européia. Todas as religiões nascidas das duas correntes, védica e egípcia, desembocam no mar do cristianismo. As que não desapareceram, subsistem em decadência. O cristianismo será a única religião vital do mundo, conquistadora da civilização.

A religião cristã nasceu, como todas as demais, no Oriente. Surgiu do judaísmo e foi transplantada aos povos ocidentais, onde frutificou. Jesus, Iniciado Solar de quarta categoria, hebreu de nascimento, apareceu entre os homens nos alvores de nossa era. De família humilde, Aquele que havia de ser a Encarnação Divina do sofrimento, aprendeu desde pequeno a lição da dor.

Ninguém sabe de onde bebeu a maravilhosa doutrina dos Evangelhos que transformaria os povos, pois os textos desconhecem sua vida desde os doze até os trinta anos. Os ocultistas modernos dizem que viajou à Índia e que ali aprendeu sua divina doutrina; outros dizem que foi no antigo Egito; e os rosacruzes dizem que na seita dos essênios, antigos místicos hebreus que guardavam a sabedoria esotérica.

Mas ninguém pode saber com certeza, pois os anos de estudo de um Iniciado estão hermeticamente encerrados no círculo do Mestre e de seu discípulo. Até então, os instrutores religiosos haviam olhado a humanidade, beneficiando-a somente desde seus tronos de ouro, desde seus templos brilhantes. Mas veio Jesus e, exemplo único, desceu até os homens, compartilhando suas misérias, vivendo entre eles, falando seu idioma. Quis beber a taça do martírio humano. Até sua morte dolorosa foi similar à dos homens miseráveis e abandonados.

Como não haveria de se enraizar uma religião que divinizava o sofrimento humano, mostrando seu Deus, Filho do Homem, cravado sobre a cruz? No entanto, Jesus não fundou nenhuma religião. Unicamente lançou uma idéia, a da dor humana, compreendida, sublimada, divinizada. O organizador da religião cristã foi Paulo de Tarso.

Os discípulos de Cristo, homens humildes e de escassa cultura, não queriam senão venerar a memória do Mestre e viver sua doutrina dentro do hebraísmo. Mesmo Jesus, em uma ocasião, havia dito: “Eu vim para salvar os filhos de Israel”. Não suspeitaram que seu ideal pudesse transcender o círculo hebreu.

Mas Paulo, homem inteligente, Iniciado Lunar de grande visão profética, vendo e compreendendo a maravilhosa doutrina dos Evangelhos, predicou-a aos gentios, homens de outras religiões. Organizou uma igreja, com leis e dogmas, e transportou o novo credo a Roma, a grande capital daquele tempo.

A religião de Cristo avançou impávida para o norte. Depois dos anos do martirológio, dos três séculos passados ocultos nas catacumbas, do longo batismo de sangue, saiu à luz do dia, marchando para a conquista dos bárbaros, dos novos povos em formação. Visão ampla foi a dos primeiros dirigentes da igreja cristã ao deixarem para trás os sábios estancados do Oriente e irem para os bárbaros do norte, pois intuíam que o bárbaro de então seria o conquistador de amanhã e, portanto, o sustento da sua religião.

 

O Islamismo

Um conjunto de homens semi-selvagens, seminus, ários que não eram puros, haviam permanecido vigilantes durante milênios, na margem do continente perdido. Haviam sido submersas sob as águas, as terras do céu de chumbo, dos templos e cidades de ouro maciço. Eles permaneceram ali, com as pupilas fixas e imóveis, vendo despenhar-se todo um passado e toda uma Raça, fiéis a seu destino de guardiões da religião perdida e de seu sangue, manancial de uma nova civilização.

Fugiu o mar, morreu a natureza, fez-se o deserto, queimou-os o sol cada vez mais candente e eles permaneceram. Viram seus companheiros emigrarem em longas caravanas para terras mais hospitaleiras, para solos mais firmes. Voltaram como conquistadores os irmãos de ontem e se deixaram subjugar por eles. Internaram-se no deserto, aquele jardim maravilhoso de areia que guardava o tesouro do continente perdido, sepultado em parte sob o mar e em parte sob as areias.

Estes homens, já seja que os chamem semitas, iranianos, israelitas ou hebreus, sempre são um mesmo povo: os conservadores da religião atlante e o broto sanguíneo da nova Raça. Quando alguns abandonaram a solidão mística do deserto para se converterem em um povo estável ou em nação, outros voltaram a ela.

No ano 440, os povos do deserto perderam o verdadeiro culto a seus antepassados, professando uma religião, mescla de fetichismo, cristianismo e idolatria. Mas o sangue de Ismael corre por essas veias e na cidade de Meca nasce um homem da tribo dos coraixitas que há de levantar o espírito dos crentes para a fé em um Deus Único e Verdadeiro. Com o nascimento de Maomé, em 570, começa uma nova era para os filhos do deserto. Este jovem órfão, criado por caridade na casa de seu tio Abu Talebuk, era de maneiras suaves, porte afeminado, de perene sorriso, levando consigo o sinal dos Divinos Iniciados.

Viu a decadência de seu povo, e em suas meditações e recolhimentos interiores, sonhou libertá-lo das cadeias do egoísmo, da luxúria, da idolatria e da vaidade. Aos vinte e quatro anos se casa com Kadija, viúva rica muito mais velha que ele, vivendo com ela uma perfeita vida matrimonial. Tão certo é isto que em seu povo se o chamou o fidedigno. Foram necessários longos anos de espera e meditação para queimar as escórias do homem, deixando unicamente a Divina Encarnação, o enviado do céu.

Comunicou suas visões e anelos à sua esposa e ela foi sua primeira discípula, quem primeiro repetiu as palavras: “Alá é Deus e Maomé seu profeta”. Com Maomé não reza a profecia de Jesus: “Ninguém é profeta em sua terra”, porque conquistou seus primeiros discípulos entre parentes e amigos. Seu tio ancião, que lhe serviu de pai, não lhe quis reconhecer o divino mandato, mas não o contrariou, obrigando seu filho Ali, a que fosse seu primeiro discípulo homem.

Mas a luta começa. Ninguém quer deixar de adorar os deuses, o culto aos ídolos, a livre vida dos prazeres. Maomé diz que não há mais que um Deus e este Deus não tem imagens, é Espírito e verdade. É como o vento do deserto, terrível e sem forma, que levanta as dunas e as transporta velozmente, assobiando, sem que ninguém possa vê-lo. Quatro anjos obedecem aos mandatos deste Deus invisível, princípio de todas as coisas. Os justos viverão no seio de Alá, no divino jardim das Huris, ainda que ninguém seja semelhante a Ele.

Numa noite, tentaram matar o profeta, mas ele fugiu com um discípulo, refugiando-se em Medina. Enquanto fugiam, o discípulo angustiado disse ao Mestre: “estamos os dois sós e perseguidos”, ao que ele respondeu: “não somos dois, somos três, porque Deus está conosco”. Com a chegada a Medina, começa a era do islamismo, chamada Hégira.

Quando os inimigos se lançaram contra ele, já contava Maomé com muitos discípulos e se defenderam à mão armada. Um novo lema entrou na religião de Maomé: “mata o infiel, se o infiel te impede de observar tua religião”. Depois da morte do profeta - ocorrida no ano 632 - o islamismo alcançou proporções fantásticas. Conquistou com a espada em um punho, o Corão - seu livro sagrado - no outro, a Ásia, parte da Europa, ameaçando até os povos nórdicos.

Como em todas as grandes religiões, não faltam nesta os místicos, chamados sufis, que chegaram à União Divina pela renunciação e pelo êxtase. O estudo da matemática pertence quase exclusivamente a este povo e a alquimia adquire tal incremento que prepara o caminho para a química e para a física modernas. Mas sobretudo, os árabes têm a missão de guardar puro esse conceito de um Deus pessoal Uno e de transmiti-lo de geração em geração, até que se apague a chama de nossa Raça Ária, que conhece e adora Deus através de todas as formas manifestas.

 

A Religião da Selva Africana

A crença dos negros africanos das selvas consiste em um fetichismo primitivo, culto tradicional degenerado dos antigos povos atlantes. Os cafres acreditam em uma vida depois da morte e veneram constantemente seus antepassados, aos quais chamam Insicholaga ou Barinos.

Segundo alguns povos negros, os espíritos dos antepassados habitam nas cavernas, enquanto que outros acreditam que moram nas alturas, baseando-se essas crenças na conformação geográfica do país onde vivem. Estes espíritos visitam os vivos periodicamente e os ajudam ou prejudicam, segundo seja a inclinação e o adiantamento espiritual dos primeiros. Segundo a mentalidade dos negros, o mundo astral onde moram os antepassados era de tamanho consideravelmente reduzido.

O culto consistia em se comunicar com os mortos e não era interrompido jamais. Servia de mediadora uma casta chamada de Isitongas. Estes seres, espécie de feiticeiros iniciados - que em geral padeciam de estranhas afecções nervosas que os predispunham ao exercício da magia - curavam todo tipo de enfermidades com ritos e práticas estranhas, pois atribuíam os males da saúde humana a causas maléficas, que era indispensável destruir. A respeito, deve-se notar o fundo de verdade que encerravam tais sistemas curativos, porque a raiz da enfermidade reside, por certo, no estado mental do homem, antes que em seu corpo físico.

O Deus supremo dos negros era Uncholog o Grande Espírito; seguia-lhe Icante, o Grande Espírito das águas. As oferendas dedicadas a este deus eram lançadas à água, em vez de sê-lo ao fogo. Mais frondosa, porém, é a mitologia zulu. Unkulunkulu é o conservador da humanidade e da criação.

O fogo é muito respeitado entre os negros e é grave culpa deixá-lo extinguir-se. Sempre deve brilhar o fogo sagrado, no centro da tribo, guardado por jovens vestais negras. Todo rito negro vai acompanhado dos Molemos, amuletos que levam em si o poder de resguardar seu dono de todo mal.

Os malgaxes reverenciavam Jachar, deus supremo, que não tinha altares nem recebia oferendas, pois ele bem sabia quais eram as necessidades dos homens. A ele se opunha unicamente Angat, o mal, princípio representado em forma de réptil, a quem se oferendava carne humana.

Os fetiches kisos eram uma espécie de gnomos que dirigiam as forças da natureza. Não deve ser esquecido tampouco o deus Marabá, depositário dos juramentos. Em Guiné, os indígenas veneravam especialmente o deus do bom conselho, Agoyo, que residia na casa do grande sacerdote. Entre os negros da costa ocidental da África, o espírito maligno se chamava Horei e acompanhava com mugidos uma solenidade a ele dedicada.

Para os negros da Costa do Ouro, o bom princípio era Bóson, deus de cor branca. É por isso que muitas vezes esses negros retiveram os primeiros brancos que os visitavam, considerando-os deuses. Mas a maioria dos negros se entregou com frenesi à magia. O objeto divinatório era uma vasilha perfurada em três lugares. O som que a vasilha emitia era interpretado pelos sacerdotes como sinal de bom ou mau augúrio.

 

O Culto Solar dos Incas

Por uma estreita faixa de terra que escapou aos muitos sismos, vieram restos de tribos atlantes, emigrando para o centro do continente americano. Este se estendia virgem e esplêndido em seu estado selvagem até o sudoeste, onde a Cordilheira dos Andes assomava suas cristas imaculadas, surgindo como nova Vênus da espuma do mar. Estes restos atlantes fundaram ali, no coração da selva, florescentes colônias.

Dizem as tradições que quatro irmãos foram os fundadores de Cuzco, mas um deles matou os demais e os transformou em penhascos, convertendo-se ele próprio em penha depois de sua morte, para ser adorado. O culto primitivo dos incas era o das pedras, sobre as quais depositavam suas oferendas e faziam seus sacrifícios. Isto confirma sua origem atlante. Com efeito, os atlantes veneravam o número quatro, símbolo da quarta Raça raiz e tinham como altar de veneração pedras superpostas, especialmente a sub-Raça atlante-semita.

Depois da grande catástrofe que submergiu o antigo continente atlante, novas tribos, das poucas que se salvaram, foram chegando. Descendiam estas, das últimas sub-Raças atlantes que haviam conhecido, na grande cidade das portas de ouro, o puro culto da Divindade Solar.

Estabeleceram assim, os mesmos ritos sobre a penha de Huiracocha, deus essencial e princípio infinito. Acenderam o fogo sagrado do deus Pachacamac para que este elevasse perenemente sua chama ao deus solar, o grande Deus Inti. Levantaram-se grandes templos, todos de ouro, pois o rito solar não admitia para seu serviço instrumentos nem adornos que não fossem do áureo metal.

Virgens vestidas de branco e adornadas com coroas de ouro, as quais somente um rei inca podia desposar, mantinham constantemente acesa a chama no santuário. O aspecto masculino, simbolizado pelo Sol, era completado pelo culto feminino da deusa Mama-Quilla ou Coya, a Lua. A seus templos, que eram totalmente de prata, concorriam à noite os fiéis em longas filas para render-lhe cultos e reverenciá-la.

Os incas também adoravam outros deuses: Catequil, deus do trovão; Cuicha, o arco-íris, deus da paz; Chozco, deus do amor, similar a Vênus. Este povo conhecia o princípio fundamental do Universo porque tinha idéia de um deus imanifestado, Piguerao, aquele que desaparece quando o Universo se manifesta, gêmeo de Atachucho, deus pessoal, nascido do ovo primitivo.

O primeiro casal, o Adão e Eva americanos, eram Manco-Capac e Mama Oello Huaco - ainda que nem todos acreditassem que estes houvessem sido os fundadores da raça humana, pois alguns estimavam como fundador da mesma o Inca Roca, descendente direto do Sol.

 

As Antigas Religiões Mexicanas

Muito parecidos em sua religião e costumes aos incas e também descendentes dos atlantes, são os astecas, miltecas e toltecas. Ao contrário dos peles-vermelhas das Montanhas Rochosas que haviam conservado em alto grau os costumes de uma religião completamente espiritual, com hábitos patriarcais e veneráveis, estes índios da América Central eram materialistas, ferozes e sanguinários.

O Universo, para eles, havia sido criado por Citlantonac (o universo sutil), em união com Citlalique (o universo denso). Lembravam em seus anais cosmogônicos, quatro idades: a idade da água, quando a terra habitada pelos gigantes havia sido inundada por um dilúvio. A segunda idade, quando a terra onde os gigantes sobreviventes haviam-se refugiado foi destruída por movimentos sísmicos e grandes tremores de terra.

A terceira época, do ar, havia sido arrasada por ciclones. Quanto à quarta época, do fogo, as imensas chamas devoraram os seres humanos e, deste fogo, nasceram e se elevaram ao céu, o Sol, a Lua e as estrelas, que povoam o firmamento. Com a faca quebrada de Citlantonac formaram-se os deuses e de um osso de um deus morto, nasceram os homens.

A terra era venerada na deusa Amon, mas a preferida era Cinteolt. Esta é a que preside o crescimento do milho, a planta tradicional dos índios. Protege também a geração. Representavam-na como uma bela mulher carregada de espigas e com uma criança nos braços. Imolavam-lhe vítimas humanas que deviam ser pessoas sem defeitos físicos, sadias e fortes. Estas eram postas sobre a pedra do sacrifício, abria-se-lhes o peito com uma faca afiada e o coração arrancado e, ainda palpitante, era consagrado à terrível deusa.

Impossível seria enumerar todos os deuses venerados por estes povos. Tosi era a mãe dos deuses, a avó dos homens, protetora dos magos e dos feiticeiros. Mixcoatec era o deus das tempestades; Xiulteculti, o deus do fogo; Cihuatcoatl a deusa serpente, bondosa e amável, havia dado à luz antes que nenhuma outra mulher e amparava as mulheres no transe maternal.

Mas, o grande deus, o doce deus vestido de branco, é Quetzalcoatl, a serpente emplumada, aquele que fomenta a paz. Quando desceu entre os homens, proibiu os sacrifícios humanos e desterrou os maus.

Especialmente venerado pelos toltecas, seu símbolo era uma cruz. Cansado de estar entre os homens, quis regressar às regiões celestes, deixando Tula, a cidade máxima onde era venerado, na desolação. Depois dele, reinou o deus Texcatlipoca, mau, vingativo e perverso, que voltou a semear a dor entre os homens. Os índios foram desaparecendo rapidamente e ficaram sepultados para sempre sob as cidades perdidas, os tesouros e os testemunhos de sua antiga e divina religião.

Mas, como nada perece por completo, ficou ainda intacta, nas Montanhas Rochosas, uma antiga tribo de índios, descendentes puros da perdida Raça Atlante e das dinastias da águia. Ainda hoje, repercute nas montanhas o eco profundo dos nomes venerados de Manitu, o deus eterno e de Masson, o filho do deus vivo. Ficaram ali como único símbolo da quarta Raça raiz, esperando o último dia, no qual todas as sementes serão reunidas para que floresça a sexta grande Raça, a Raça Raiz futura.

 

O UNIVERSO DAS MAGIAS

 

 

Registros históricos e antropológicos mostram que a magia nasceu com o homem, pois todos tem energia interior tendências a praticar magia entre pensamentos, palavras e obras. Registros fósseis milenares indicam que na pré-história as forças desconhecidas eram convocadas para ajudar no sucesso das plantações e na cura de doenças. Na Antiguidade, gregos, romanos, hebreus, mesopotâmios, egípcios e povos tidos como bárbaros, como os celtas, tinham seus rituais consagrados a diversos deuses. Mas só no período medieval surgiu a figura da bruxa como se conhece hoje: uma mulher geralmente velha e feia, que faz poções no caldeirão, voa pelos ares e participa de sabás, festas demoníacas regadas a maldade e perversões sexuais. Fatos assustadores chegaram aos ouvidos de Giovanni Battista Cybo,  Papa Inocêncio VIII, nascido em Génova, 1432 e foi Papa até seu óbito que ocorreu em Roma, 25 de Julho de 1492 (Século XV), pois em todas as regiões da Alemanha, pessoas do bem se viam assombradas por homens e mulheres – essas, em maior proporção – que voavam pelos ares, arruinavam rebanhos, secavam plantações, disseminavam epidemias e matavam só com o olhar. E não era conversa de camponeses ignorantes. As cartas enviadas ao papa levavam as criteriosas assinaturas de Heinrich Kramer e James Sprenger, inquisidores catedráticos que dois anos depois lançariam um dos maiores best sellers da Idade Média: o Malleus maleficarum, ou Martelo das feiticeiras.

O cristianismo demonizou as religiões politeístas e, não à toa, a representação clássica de Satã é a figura de Cernunno, o deus de chifres dos celtas, responsável pela fertilidade e a fartura. Da mesma maneira, alguns estudiosos sugerem que do folclore pagão surgiram os elementos da bruxa medieval, que perdura até hoje. Para o professor de história moderna da Universidade Paris X-Nanterre Jean Michel Sallmann, o voo das feiticeiras é inspirado em Diana, a divindade romana associada à maternidade, que percorria o mundo montada no dorso de animais. Autor do livro Noivas de Satã, o francês diz que a lenda de mulheres voando já existia na Antiguidade, na literatura romana e na mitologia germânica.

Tampouco se sabia o motivo pelo qual tantas crianças morriam – na Idade Média, um terço dos bebês sequer completavam 1 ano. Camponeses perdiam plantações durante secas ou enchentes imprevistas e era mais fácil acreditar que o insucesso se devia a alguma feitiçaria do que a questões meteorológicas.

Tampouco se sabia o motivo pelo qual tantas crianças morriam – na Idade Média, um terço dos bebês sequer completavam 1 ano. Camponeses perdiam plantações durante secas ou enchentes imprevistas e era mais fácil acreditar que o insucesso se devia a alguma feitiçaria do que a questões meteorológicas. A cultura, na Idade Média, foi construída sobre fundações profundamente religiosas. Aqueles eram tempos onde a autoridade religiosa ditava as estruturas sociais e políticas, a ordem hierárquica familiar, o estado e o cosmos”, recorda, em entrevista ao Correio, a pesquisadora Inês Gonçalves, da Universidade da Madeira, em Portugal. O mundo estava dividido entre duas forças: o bem e o mal. Pessoas consideradas a escória faziam parte desse segundo grupo. “A maior parte daqueles tachados como bruxos durante a Inquisição eram camponeses, principalmente mulheres. Muitas eram velhas e se dedicavam à cura das pessoas com medicina herbal ou mesmo por encantamentos e feitiços. Elas também faziam partos. Os camponeses ainda seguiam as antigas religiões pagãs, que adoravam deuses ligados à natureza”, explica à reportagem Mary Ann Campbell, pesquisadora e historiadora da Universidade de Washington.

No livro As bruxas e seu mundo, um dos maiores especialistas no assunto, o espanhol Julio Caro Baroja, transcreve o relato de um processo do século 15, em Toulouse, na França. Ana Maria de Georgel e Catarina, essa última identificada apenas como “mulher de Delort”, foram acusadas de participar de sabás que ocorriam “sempre na noite de sexta-feira para sábado”. A narrativa é digna de um conto de terror. Em seu depoimento, Ana Maria declarou que cozinhava “ervas envenenadas e substâncias provindas de animais ou de corpos humanos que, numa horrível profanação, arrancava à santa paz dos cemitérios”. Nas festas, os hereges adoravam o diabo, que aparecia em forma de bode gigante, e cometiam “toda a espécie de excessos”.

O uso da tortura fica claro quando os inquisidores afirmam que Catarina jurou inocência, mas depois “confessou a verdade pressionada pelos meios que estão ao nosso alcance”. Além de participar de sabás, ela era acusada de fazer cair granizo sobre os “campos de quem não gostava”, apodrecer trigos e vinhas, além de matar animais. Na Itália, os benandanti, camponeses que se reuniam à noite para beber e diziam ser capazes de combater bruxas e outros seres demoníacos, também foram perseguidos, associados ao paganismo e à demonologia.

Na segunda metade do século 17, a epidemia das bruxas começou a arrefecer. Com os avanços da medicina e do Iluminismo, nos 100 anos seguintes, a feitiçaria passou a ser encarada pela ciência e pelo próprio clero como superstição ou ilusões mentais. “Mas os bruxos, os alambiques e seus vapores sulfurosos não demoraram a ressuscitar, graças à imaginação romântica, assombrada pelas forças ocultas e pelos espíritos invisíveis. Foi provavelmente no século 19 que o estereótipo da bruxa se impôs em toda a Europa, mesmo nas regiões que não a tinham conhecido no passado”, explica o historiador francês Jean Michel Sallmann.

 

As práticas de Magias mais conhecidas através dos sáculos são:

 

1. A Magia Negra

A magia negra é um poder exercido pelos homens para destruir aquilo que ainda tem direito a subsistir. Em certas etapas da vida - e de acordo com determinadas leis que regem os homens - estes podem destruir aquilo que já cumpriu sua missão, assim como realizar a matança de animais e as mortes de guerra. Tudo isso, seguindo e aplicando a lei divina dos Dez Mandamentos. A inversão na aplicação dos Mandamentos caracteriza a magia negra, no que se refere aos cinco primeiros mandamentos:

Primeiro Mandamento:

“Não terás outro Deus além de Mim."

Este Mandamento expressa a idéia da Unidade. O mago negro tende a destruir a unidade. Dividir para reinar. Separar os elementos fundamentais para possuí-los e dominá-los.

Segundo Mandamento:

“Não usar o nome de Deus em vão.”

A palavra é Verbo e o Verbo é o poder de vibração dado aos homens e negado às Mônada de desenvolvimento inferior. Deve ser usado para o cumprimento dos mandatos divinos.

O mago negro o utiliza para seus próprios fins com a insinuação, a mentira e o engano.

Terceiro Mandamento:

“Lembra-te de santificar as festas.”

O homem deve utilizar o que Deus lhe deu em sua justa medida. Tem que ocupar as horas e os dias que lhe são necessários para a vida. Ao exceder-se, pratica a magia negra. Toda posse ilimitada, todo esforço unilateral para uma posse é magia negra.

Quarto Mandamento:

“Honrar pai e mãe.”

O pai e a mãe, os mestres, os tutores, dão e entregam continuamente de si. O homem se acostuma a receber continuamente.

A vida que o cerca, e que lhe é dada através da experiência e dos sacrifícios dos antepassados, é um manancial inesgotável para o bem do homem. Mas o ser que se nega a corresponder a estes benefícios, a devolver à vida o que lhe foi dado, sobretudo na imagem das necessidades daqueles que estão mais próximos dele por dependência, rompe a cadeia de retribuição. Pratica magia negra.

Quinto Mandamento:

“Não matar.”

O homem, em realidade, sempre está destruindo algo, isto é, matando. Mas, isto está dentro do carma coletivo da humanidade. O mago negro é tal porque mata para fins próprios, ainda quando mata algo que cumpriu seu ciclo. O ódio é a maior das magias negras porque, ainda que não fosse a arma direta usada pelo mago negro, é a arma destruidora da humanidade. A ferramenta da magia negra é sempre a soberba desmedida. Almas nobres e puras, que não souberam humilhar-se a seu devido tempo, caíram nesta terrível prática. O melhor antídoto contra a magia negra é sempre a prática das virtudes salutares.

 

2. A Magia Cinza

A magia cinza é aquela que quer alcançar o domínio sobre a natureza e, em particular, sobre as plantas. As plantas encerram grandes e ainda desconhecidas propriedades. Foram os Iniciados etruscos que chegaram a um grande adiantamento no descobrimento das propriedades das plantas. Com o tempo, estes segredos psico-químicos passaram a seus discípulos, os quais instituíram uma ciência da qual derivaram as escolas de medicina romana e de alquimia medieval. Estes Iniciados adotaram, como veste, um hábito cinza, talvez porque as nuvens cinzas ocultam os segredos do sol e do céu, e eles ocultavam os segredos da natureza. Os homens, pacientemente, foram descobrindo por si mesmos os segredos da natureza, tão zelosamente escondidos. Um botânico e um químico modernos são, em realidade, hábeis magos cinzas.

A planta é como um grande depósito. Recebe as emanações dos planos sutis e dos planos densos. Seu contato com os raios solares produz não somente a clorofila, mas também outro elemento, sem cor, que poderia ser chamado de eterofila, que é a transformação do éter cósmico. A natureza tem a propriedade de absorver os raios solares - clorofila - e os raios cósmicos - eterofila - com uma gama de vibrações receptoras diferentes da possuída pelo homem. É uma onda magnética sutilíssima, ultraetérica - que corresponde aos átomos X2a - a qual, em contato com outra vibração mais densa, raios subinfravermelhos, vitaliza especialmente os vegetais. Estas ondas, unidas entre si, produzem na natureza a essência da subsistência ou a conservação da vida. São moléculas vivas ou vários elementos de conservação, chamados hoje, vitaminas.

Como contraposição, estas ondas, postas em desarmonia entre si, produzem uma superirritabilidade, elementos tóxicos, que levam à destruição da vida. Todos os remédios e os venenos são extraídos da linfa das plantas. E a magia cinza consiste em saber extraí-los devidamente. A magia cinza se efetua pela transmutação dos elementos químicos integrais, conservando, na medida do possível, o elemento extraído em seu estado fundamental. Os quatro elementos que efetuam estas transformações são, como sempre, os seguintes:

-  Ar: corresponde à sutilização;  Água: corresponde à putrefação; Fogo: corresponde ao esfriamento; Terra: corresponde ao endurecimento

A natureza tem uma vibração completamente diferente da do homem - do homem em seu aspecto racional; por isso é que, em contato com este, ela se retrai constantemente. As plantas têm quatro vibrações:

1° A mais sutil, a etérea, que se poderia dizer que corresponde ao ar

2° A úmida que corresponde à água

3° A calórica, ou a do fogo, que corresponde ao calor

4° A fria que corresponde à terra

Como o homem não possui estas vibrações espontaneamente, mas somente através da reação cerebral, ao contato com o homem, as plantas imediatamente se fecham a todo contato exterior. Por exemplo: uma verdura perde magnetismo no simples contato com a mão do homem. Perde, ainda mais, ao ser cortada e assim, sucessivamente, ao ser transportada, lavada, cozida, condimentada e servida. Quando chega à boca, perdeu praticamente toda substância sutil. Os magos cinzas conheciam estes segredos da natureza. Por isso, identificavam-se com ela através de uma vida completamente natural e simples para alcançar seu domínio.

 

3. A Magia Vermelha

O sangue é o mais poderoso agente magnético do organismo. Sua estrutura sutil, composta em sua maior parte de átomos “tetérrimos”, faz dele uma ponte entre as forças orgânicas e as forças astrais. Daí sua enorme importância nos atos mágicos de todos os tempos. Desde os tempos mais remotos, todo ato em busca do sobrenatural vai acompanhado pelo sacrifício do sangue.

A busca de Deus pelo homem é sempre uma exaltação da natureza humana pela ponte do sangue, em direção ao mais sutil. As oferendas delicadas e ternas de flores e frutos são somente uma introdução à oferenda verdadeira, à imolação sangrenta. Milhares de vítimas animais sempre foram sacrificadas sobre os altares de todos os tempos e de todas as religiões, e esta oferenda se tornou cada vez mais exigente e poderosa. Para poder fazer permanente e efetiva a presença do Deus invocado na imagem esculpida, é necessário o sacrifício humano.

O sangue do homem, carregado não somente com as forças magnéticas e etéreas, mas também com as forças pensantes, tem uma ação de permanência mais duradoura. Testificam-no, principalmente, os sacrifícios astecas. Mas o homem, insaciável em seu desejo de possuir Deus, chega até ao sacrifício do próprio Deus que adora para conseguir, ele mesmo, transformar-se em Deus, para sentir-se unido a Deus, não só com um laço ideal, mas também com um laço de vida.

No princípio, é o totem sacrificado, depois é o homem escolhido, o homem puro, o melhor entre todos. E, afinal, o homem que encarna a Divindade sobre a Terra. Não escapou à observação dos magos antigos esta importância primordial do sangue para a obtenção das forças sobrenaturais. Por isso, houve uma infinidade de escolas e seitas que buscaram sua ciência nos elementos astrais captados pelo sangue, até chegarem às mais obscenas e mais baixas manifestações deste poder. De qualquer forma, o sangue é um depósito sagrado que o homem deve conservar com religiosidade e respeito, e do qual somente as forças superiores podem dispor.

 

4. A Magia Rosa

Pratica-se a magia rosa quando se deseja conseguir sensações correspondentes a um estado de evolução já transcendido pelo ser. A alma que entra na senda experimenta no início, nas práticas espirituais, um certo deleite, mas a experiência ensina que não pode deter-se ali, pois o discípulo deverá lançar suas forças sensoriais cada vez mais para o alto, para o cérebro, para a visão espiritual. Pelas práticas que certos discípulos atualizam - que pretendem repetir em si as sensações alcançadas no início da experiência - aprenderão não somente a fazer subir essas forças interiores, mas a localizá-las no centro sensorial que acreditem conveniente.

A subida do Kundalini desde o plexo coccígeo até o plexo pineal é lenta. O exercitante descobre em um dado momento, ao movimentar essas forças, às vezes por aparente casualidade, o alcance de prazeres que nem havia sonhado. Se ele se detivesse na repetição desses exercícios, transformar-se-ia em um mago sexual. Ao longo do caminho interior, a localização destas forças acarreta inconvenientes. Infinidade de perigos se escondem nestas práticas que constantemente devem ser rejeitadas. Milhares de males e perigos se ocultam por trás dos prazeres psíquicos que devem ser repelidos valente e constantemente.

Em realidade, a magia rosa não é aquela que se refere a estes aspectos abomináveis, mas é o uso destes poderes nas mãos de homens expertos e exercitados que a utilizam para o bem da humanidade. Pela magia rosa, os Mestres criam um ambiente propício à sua Obra. Atraem para si a atenção das pessoas, a simpatia de seus discípulos e o amor daqueles que querem conquistar para Deus. Houve magos rosas que usaram esse poder retirando-o de outro corpo, sobretudo das plantas e dos animais. Retiravam, por exemplo, os venenos com os quais curavam as enfermidades. A alopatia moderna é uma perfeita magia rosa. Extrai das plantas os venenos e as essências que, dosificados, curam muitos enfermos. Extraem das seivas animais os hormônios que podem restaurar as forças dos homens. Os antigos magos são sempre os mestres das grandes ciências modernas.

 

5. Magia Azul

O homem se vale da magia azul para pôr-se em contato com o além, seja este relativamente próximo, como seriam os defuntos não muito evoluídos, seja com os mais distantes: os antepassados, mestres invisíveis, entidades diretoras, Deus. Emprega-se esta magia para pedir. Todos os credos a praticam em formas que diferem entre si, ainda que somente na parte externa. Mas eles costumam ir perdendo o poder interno e há credos que subsistem, ainda havendo perdido praticamente toda essa parte essencial.

Há cinco etapas indispensáveis na magia azul: 1° Penitência. 2° Purificação. 3° Confirmação. 4° Vocalização e 5° Transformação.

1° A penitência consiste em pôr o corpo físico em condições de entrar em contato com a entidade desejada. Efetua-se mediante o jejum e só ingerindo determinados alimentos.

Nas cerimônias religiosas, acontecia muitas vezes que não se dava real cumprimento ao jejum. Representavam-no exteriormente, aparecendo o oficiante como se, em verdade, o houvesse realizado. Aparecia então com semblante emaciado, o que conseguia aplicando cinza no rosto.

Corresponde a esta primeira parte, como elemento, a terra. Pode ser também associada com os ornamentos pretos do ritual romano, que correspondem à missa de defuntos.

Cabe advertir que os espíritas não conseguem pôr-se em contato com altas entidades porque não praticam a indispensável penitência. Quase sempre o conseguem somente com seres de baixíssima evolução.

2° A Purificação. Não basta a limpeza interior. Realizada a penitência, é preciso a limpeza exterior, banhar-se. Isso é lembrado no batismo cristão. Este retira a mancha do pecado original, ou seja, os feitos cármicos que fizeram necessária a reencarnação. Os magos azuis se banham e usam roupa branca de linho. Usam perfumes para atrair as entidades, por ser o perfume uma forma externa de limpeza. Perfumar-se significa purificação.

Nos primeiros séculos do cristianismo, o batismo era efetuado na Páscoa e, durante os oito dias subsequentes, os recém-batizados vestiam uma túnica branca para simbolizar sua pureza. No domingo depois da Páscoa, retiravam-na. Por isso, esse domingo é chamado in albis.

Na Igreja Romana, os ornamentos são brancos no período pascal. Elemento que corresponde a esta segunda parte: a água.

3° A Confirmação. Poder-se-ia dizer que, até aqui, o mago azul nada fez senão preparar-se, chegar junto ao altar. Com a confirmação, ascende os degraus. É uma reafirmação da vontade. O sacramento cristão homônimo transforma os confirmados de Cristo em soldados.

Sobem os degraus já pisados por outros, aqueles que antes já se sacrificaram. Confirma-se o que foi realizado por outros. Em todos os altares que simbolizam o Sepulcro há uma relíquia de um mártir. Por isso, a comemoração dos Mártires se realiza com ornamentos vermelhos. Elemento que corresponde a esta parte: o fogo.

4° A Vocalização. Pela vibração, procura-se pôr-se em contato com as altas entidades desejadas. São os mantras, as orações adequadas. Aqui é valorizado tudo o que se relaciona com a oração. Os ornamentos são verdes. O elemento correspondente: o ar.

5° A Transformação. Aqui, o oficiante se une com a Entidade. Externamente, é representado pelo véu com o qual o sacerdote se cobre quando consagra o cálice. No Egito, o sacerdote se retirava a uma câmara oculta ao estar na presença da Alta Entidade; era invisível para os homens. Supõe-se que, recebida a comunicação do Mestre, o sacerdote podia dirigir-se aos homens em seu nome para transmitir-lhes a mensagem. O sacerdote vem a ser o canal do qual os Mestres se servem. Os ornamentos são arroxeados. O elemento é o éter.

 

6. Magia Branca

Diferentemente da magia azul, a magia branca se realiza sem pedir nada. Os magos brancos pertencem à Fraternidade Branca que tem a missão de auxiliar a humanidade, qualquer homem, qualquer que seja sua raça, sexo ou credo. Muitas vezes devem lutar com outros magos. Ainda que façam o possível para evitar maiores desgraças, às vezes, seu poder não é suficiente. Eles são Iniciados do Fogo que se sacrificam e, para ajudar, aproximam-se do plano físico. Às vezes, com físicas vestes. Trabalham diretamente ou através de outros seres. Atuam quando acontece uma grande desgraça para algum ser, sempre que este, realmente aflito, saiba emitir o chamado, já seja quando esteja em perigo de morte, quando agredido injustamente ou quando perigue sua honra. Se o ser não emite o chamado, é devido a que, em vez de sentir a dor de sua aflição com toda sua intensidade, desvia-a, por exemplo, para sentimento de vingança, satisfação dos apetites e outros.

A magia branca se realiza necessariamente em cinco etapas:

1° CHEGAR. O mago recebe o chamado e acode direta ou indiretamente.

2° CONQUISTAR. Domina o aflito: capta-o, domina-o, vence-o, compreende-o.

3° AMAR. Se não ama, não realiza sua missão. Tem que sentir um amor puríssimo e deve ser muito capaz de amar, pois tem de amar qualquer necessitado.

4° SACRIFICAR. Porém, não poderá atar-se ao ser amado. Realizada a assistência, deverá renunciar ao amor, deverá deixá-lo.

5° DESAPARECER. É essencial. Não deverá permanecer ligação alguma. O beneficiado não saberá quem o auxiliou; saberá somente que alguém, um homem - um anjo – assistiu-o. Lohengrin tem de ir embora, ao dizer seu nome.

A Magia Branca é o poder de usar uma forma benevolente de magia. É uma forma de Magia. Oposta a Magia Negra. Não deve ser confundida com Misticismo. O usuário pode utilizar a magia branca, uma forma de magia tipicamente usada para ajudar outras pessoas, curando a mente, o corpo e/ou a alma do indivíduo. Os praticantes desse tipo de magia tendem a se concentrar em ajudar os outros, purificar espíritos malignos, desfazer maldições, criar poções médicas e respeitar todas as regras sobre o que é proibido e o que não é. O usuário pode utilizar a magia branca, uma forma de magia tipicamente usada para ajudar outras pessoas, curando a mente, o corpo e/ou a alma do indivíduo. Os praticantes desse tipo de magia tendem a se concentrar em ajudar os outros, purificar espíritos malignos, desfazer maldições, criar poções médicas e respeitar todas as regras sobre o que é proibido e o que não é.

 

A HISTÓRIA DO PAGANISMO

 

A história do paganismo começou por muito mais de 10.000 a.C, durante a Idade Paleolítica. Foi um momento em que os povos primitivos eram nômades, e tinham de caçar para a sua alimentação, tendo que seguir as manadas de animais para sobreviver. Este é o tempo onde surgiu a crença do Deus com chifres e a adoração ao sol. As mulheres eram consideradas superiores por serem geradoras da vida e eram respeitadas como se fossem criaturas sagradas. Foi durante este tempo, que as mulheres descobriram que seus corpos e suas menstruações estavam em sintonia com as fases lunares e passaram a adorar também a lua, e a Deusa do Eterno Feminino.

Em cerca de 8000 a.C, os nômades descobriram que as sementes plantadas na terra começaram a crescer e descobriram a agricultura. Com o conhecimento das fases lunares, da agricultura e dos ciclos naturais, era comum festejar uma colheita que vinha farta e trazia comida para todo o inverno, pois isso significava vida para eles. Com esta realização, que as pessoas puderam plantar e cultivar seus próprios alimentos veio à compreensão do mistério da fertilidade. Até este momento, a divindade havia sido a deusa do culto lunar, como os homens não compreendiam o seu papel no ciclo de vida até este ponto. A descoberta da agricultura provou que os homens também tinham um papel na criação. Antes disso, havia uma divisão entre os homens e as mulheres em sua maior parte, e depois dessa descoberta, tiveram que trabalharem juntos e já não precisava acompanhar os rebanhos de alimentos para sobreviver. Foi quando eles se tornaram "paganizados", a palavra pagã vem do latim paganus. Paganus significa “morador do campo” ou “aquele que vive do campo”.

Agora as pessoas foram capazes de sobreviver em um só lugar com seus animais, e cultivando seu próprio alimento. Foi quando o povo começou a explorar e descobrir os mistérios da vida, morte e renascimento. Rituais para fazer a colheita crescer e vir em abundância se tornou comuns, pois os povos antigos eram politeístas e acreditavam nas forças sagradas diversas da Natureza. A divindade não era algo separado do cotidiano ou da Natureza. Com o passar do tempo, as pessoas migraram de muitos lugares para se estabelecer em Roma, e aqueles que vieram da Grécia, veio com muitas das mesmas crenças que os romanos tinham. Embora eles adorassem deuses diferentes e Deusa, eles compartilharam em muitas semelhanças. Com a migração, lá também veio a Roma o Eutruscans nômades da Ásia Menor, que foram muito bem versados nos aspectos de magia e adivinhações, e trouxe esse conhecimento com eles a Roma.

Que veio do povo das ilhas britânicas, que também descobriram a agricultura em torno do mesmo tempo que os indo-europeus, e estes são o que sabemos agora serem os Celtas. Além disso, das ilhas, veio o povo conhecido como o Culto dos Mortos do Mediterrâneo. Estas pessoas foram muito espiritualizadas e estudiosas sobre as teorias de morte e reencarnação, e eles vieram e se espalharam por toda a Nova Europa. Eles compartilhavam seus segredos com os Celtas, e essas pessoas se tornaram os Druidas, e eles foram os que supervisionaram todos os ritos dos povos pagãos. Entre os Druidas desde a época de 6500-4500, havia os cultos solar / lunar que lidavam com os animais, as ervas e os mistérios que entrelaçadas nas comunidades pagãs, e essas pessoas desenvolveram o poder e compreensão da vida e da terra, e estes eram os guardiões dos mistérios. Assim, durante este tempo todos estes povos pagãos diferentes iam viajando e compartilhando seus conhecimentos destes dois grandes grupos de pessoas que eram os Celtas e Druidas sobre os mistérios e os cultos solar / lunar, que permaneceu na maior parte matriarcal, e era composta principalmente de mulheres que adoravam a Deusa.

 

OS CELTAS

As raízes da magia vêm dos celtas, um povo que viveu entre 700 a.C e 100 d.C. Acredita-se que        descendentes de indo-europeus, os celtas eram um povo brilhante e dinâmico - artistas talentosos, músicos, contadores de histórias, metalúrgicos, agricultores peritos e guerreiros ferozes. Eles eram muito temidos por seus adversários, os romanos, que acabou por adaptar uma série de seus costumes e tradições.

Os celtas eram um povo profundamente espiritualizado, que adorava tanto um Deus e uma Deusa. Sua religião era panteísta, ou seja, adoravam vários aspectos da "Fonte Criadora da Vida" e honrou a presença do "Divino Criador" em toda a natureza. Como muitas tribos de todo o mundo, acreditavam na reencarnação. Eles acreditavam que após a morte, eles iam para um lugar chamado Summerland para descanso e renovação, enquanto se aguardava um novo renascimento.

O Alfabeto Celta também usado nas Runas. Os meses do ano foram nomeados como Roda do Ano. O ano novo começou em Samhain, que significa "fim do verão", e foi a colheita final do ano. Este foi também o seu "Festival da Morte", onde eles honraram seus antepassados e entes queridos falecidos. Muitos costumes contemporâneos Halloween vêm de Samhain. Depois na roda do ano celta era o solstício de inverno, a celebrar o renascimento anual do sol. Nossos hábitos de Natal são copiados desta antiga celebração.  Por volta do início de fevereiro veio Imbolg, uma época em que os animais domesticados começaram a dar à luz. O  Equinócio da Primavera e Beltaine, às vezes chamado de "Dia de Maio", foram os festivais de fertilidade.

O Solstício de Verão, conhecido como Lughnassa, comemorou a glória do Sol e os poderes da natureza. Lughnassa, o Equinócio de Outono e Samhain, foram considerados como festivais celtas dacolheita.

 

OS DRUIDAS

Os Druidas eram sacerdotes da religião celta. Eles permaneceram no poder três séculos após a derrota dos celtas para os romances. Os druidas eram sacerdotes, professores, juízes, astrólogos, curandeiros e bardos. Eles se tornaram essenciais para os chefes políticos, dando-lhes poder e influência. A palavra Druida quer dizer "conhecer a árvore de carvalho." Das árvores, do carvalho, em particular, brotava um visco, que se desenvolvia como parasita. Era uma grama poderosa usada em suas cerimônias e para os trabalhos de curas.  O visco era ritualmente colhido com o solstício de verão cortado com uma foice de ouro e colhido com um tecido branco durante todo o tempo sem nunca a deixar cair no chão. A crença e as práticas religiosas desenvolvidas pelos celtas mais tarde se tornaram famosas como Paganismo.

O amor dos Celtas e dos Druidas no cultivo da terra e sua posse das coisas, como a árvore e o visco coroado de carvalho. A crença e o ritual de uma das raízes pagãs misturadas com as de outros grupos indo-europeus e os séculos excedente gerando várias práticas tais como inventar bebidas e pomadas para realizar trabalhos de magia.  Essas práticas, com grande parte da crença baseada na natureza realizada pelos celtas e druidas e outros grupos, coletivamente se tornaram conhecido sob o nome de Bruxaria. "Mas como você pode ter observado a Bruxaria existe desde a pré-história.

 

A HISTÓRIA DA BRUXARIA

A Bruxaria é tão antiga quanto à humanidade. Vem da época em que os homens das cavernas desenhavam em suas paredes os animais que desejavam caçar, para garantir assim a captura da alma do animal antes do dia seguinte. Isso é conhecido como magia simpática e pode ser considerada a primeira forma de Bruxaria a existir no mundo. Tudo o que os nossos ancestrais conheciam era a fertilidade dos animais e dos humanos; a agricultura ainda não tinha sido desenvolvida. O princípio misterioso da vida vinha da Natureza e conduzia o mundo adiante.

A palavra Bruxa está relacionada com a palavra alemã "Weihen", que significa "para se dedicar ou abençoar."  Alguns indicam que as origens da bruxaria ir até milhares de anos, na época em que a deusa era adorada e a humanidade teve a grande veneração para os poderes da natureza e as mulheres como criadoras de uma nova vida. In philosophy of "new age", this is connected to the concept of "Gaia," or "Ground," which look at the planet ground as prima Na filosofia da "nova era", isso está ligado ao conceito de "Gaia", ou "Ground", que é a Terra, o Planeta, a Deusa.

A Bruxaria desenvolveu-se em diversas culturas e diversas épocas ao redor do mundo. Temos desde a Bruxaria Pré-Histórica, passando pela Bruxaria na História Antiga (Grécia, Roma, Egito), a Bruxaria Medieval (uma transição fantástica e cruel entre a Antiga Religião e o Catolicismo, através da Inquisição), a Bruxaria nas sombras durante o Iluminismo e o renascimento da Bruxaria, no o século XX.

Todo mês as mulheres sangravam muito e não morriam, e esse era um grande mistério para os antigos. As mulheres às vezes davam à luz novos membros da tribo, garantindo a sua continuidade. A mulher era o símbolo da fertilidade.  Os primeiros trabalhos artísticos foram enormes estátuas de mulheres com seios grandes e ventre  cheio, uma clara representação da Deusa Mãe. Muitos afirmam que essas são as primeiras imagens formadas de um possível culto à Deusa. A mulher era tida como sagrada por ter o “dom” de dar origem a novas vidas. As estátuas da Deusa representam o princípio abstrato da fertilidade.

Ligada à mulher estava a Magia. Foi encontrado na Argélia um desenho Paleolítico muito interessante. Alguns inclusive dizem que é o desenho mais antigo de uma bruxa. Trata-se de uma mulher em pé com os braços erguidos, em uma posição de invocação. De sua região genital, uma linha passa para a região genital de um homem. Este é mostrado um pouco agachado, preparando-se para lançar uma flecha com seu arco. Em volta dele estão alguns animais, e a flecha está sendo mirada em direção a um grande pássaro que se parece com um avestruz.  Esta é claramente uma representação da caça mágica: uma mulher em casa praticando magia para possibilitar que seu homem possa ser bem sucedido na caçada e conseguir alimento.

 

GAIA

Apesar de o desenho ser primitivo, está relativamente bem feito. A mulher é representada em um tamanho maior que o homem, significando a sua importância, e parece usar algumas joias mágicas, uma faixa e alguns amuletos em ambos os braços. Aliás, braços levantados como se estivesse acontecendo uma invocação são freqüentes nas artes mais antigas.

Outra figura bastante famosa da Idade da Pedra foi o “Feiticeiro”, encontrado na Caverna de Trois Fréres, em Ariége, França. Mostra uma figura dançando, meio homem, meio animal, com os chifres grandes de um veado. Algumas autoridades consideram esse desenho um homem mascarado, outros, um Deus de Chifres. Hoje em dia, ainda há o culto a uma Deusa da fertilidade e a um Deus de chifres. É claro que isso não prova uma herança direta dos tempos antigos, com exceção daquela que mantemos em nossas mentes. No entanto, podemos ver que a Bruxaria não é uma invenção de eclesiásticos da Idade Média, como muitos ainda hoje querem que nós pensemos.

 

AS BRUXAS RESPEITAM TODAS AS RELIGIÕES

A Bruxaria não é um culto. Um culto é, originalmente, um grupo de pessoas que segue um líder. Como na Bruxaria não há a existência de líderes (muitas vezes, as bruxas e os bruxos praticam sozinhas em suas casas, sem pertencerem a um grupo), não pode ser considerada como um culto. A Bruxaria é uma religião Pagã e existe desde o início da humanidade.

 

AS BRUXAS CELEBRAM OS DEUSES ANTIGOS DA NATUREZA

As Bruxas não cultuam o diabo como a maioria de leigos acredita. Buscamos reviver as crenças de um período que remonta aos primórdios da humanidade, um período muito anterior ao Cristianismo. O diabo foi uma criação do Cristianismo e não tem absolutamente nada a ver com as crenças pagãs. Obviamente atribuir as práticas das bruxas ao diabo era conveniente, visto que as religiões cristãs  recriminam qualquer ato não cristão como um ato “do diabo”. Há cultos ao diabo por todas as partes do mundo, mas estes nada têm a ver com a Bruxaria, tratando-se apenas de pessoas que praticam uma inversão do Cristianismo. Cada um tem as suas crenças, mas s felizmente esta não é a nossa.

Celebramos os deuses antigos na Natureza.

Alguns cristãos equivocadamente afirmam que qualquer pessoa que não pratique a forma de Cristianismo deles é satanista. Isto mostra claramente um alto grau de fanatismo religioso. As bruxas e os bruxos celebram a Natureza, e isto é tudo.

 

DISCRIMINAÇÃO À BRUXARIA

Como uma forma de discriminação, diversos atos maléficos de pessoas perturbadas são atribuídos à Bruxaria. Diversas vezes, vemos no noticiário coisas como “Ritual de Bruxaria leva pessoas à morte”. Isto é absurdo, pois na Bruxaria buscamos apenas o nosso contato direto com a natureza e este tipo de ato é coisa de criminosos e não de Bruxaria. Em muitos programas evangélicos pessoas que se intitulam “ex-bruxas”. Em tais programas, essas pessoas contam como faziam “trabalhos” para acabar com a vida das pessoas. Não sei o que estas pessoas faziam, mas com certeza não tem absolutamente nada a ver com Bruxaria.

 

SEM PREJUDICAR NINGUÉM, FAÇA O QUE QUISER.

O principal lema da Bruxaria é: “Sem prejudicar ninguém, faça o que quiser”, pois sabemos que tudo o que fizermos voltará para nós. É a lei do eterno retorno, que é vista em tudo na Natureza. As bruxas sabem que, se fizerem o mal, tudo voltará para elas de forma muito maior, assim como se fizerem o bem. Por isso, é claro que ninguém vai desejar o mal de ninguém, nem querer prejudicar ninguém. Pessoas com má índole existem em todos os lugares, independentemente de sua religião. E, se uma pessoa é assim, isso significa que um dia pagará por seus atos, e não é uma pessoa que pode ser considerada bruxa. Existem diversas vertentes que trabalham com a magia e a Bruxaria é apenas uma delas. Porém, o que diferencia a Bruxaria de outros caminhos é a sua prática baseada na magia da Natureza.  Assim, é supérfluo dizer que se pratica “bruxaria natural”, pois não existe bruxaria que não seja natural. Há vertentes mágicas em todas as religiões inclusive dentro do Cristianismo. 

Dependendo de sua visão do que seja magia, você pode considerar qualquer religião como uma forma de trabalhá-la à sua maneira. Você jamais encontrará uma bruxa ou um bruxo distribuindo folhetos sobre Bruxaria nas esquinas da sua cidade, simplesmente porque acreditamos que a religiosidade de cada um.

A Bruxaria é uma opção pessoal, como qualquer outra religião, e os interessados devem buscar o aprendizado, se assim desejarem de coração. Pelo menos àqueles que a praticam de modo sério. Há certamente muitas que buscam um meio de escape para fugir da sociedade opressora que os cerca, e dizem-se bruxos ou buscam a Bruxaria apenas para colocarem-se contrários ao sistema. Infelizmente, esta é uma realidade, mas uma realidade que tentamos mudar através da informação. A Bruxaria não é um sistema de autoajuda e seus praticantes são pessoas sérias e idôneas.

 

BRUXAS E BRUXOS NÃO PRATICAM ORGIAS

Celebramos a fertilidade da Natureza e consideramos o ato de fazer amor um ato totalmente sagrado. Algumas bruxas e bruxos gostam de realizar seus ritos nus porque acreditam que, desta forma, sua energia flui melhor. Porém, trata-se de uma escolha pessoal e não há abusos ou sequer malícia.

Viemos nus ao mundo e o pecado foi colocado na mentalidade humana com o decorrer dos tempos. As bruxas e bruxos trabalharem nus em seus rituais não significa que elas sejam “pecadoras” ou que estejam praticando sexo; só estão nus, da mesma forma que viemos ao mundo.

 

O CRISTIANISMO SEMPRE TENTOU CONVERTER OU EXTERMINAR OS POVOS PAGÃOS

Assim quando o Antigo Testamento estava sendo escrito no Oriente Médio. Após a morte de Cristo, o povo do Oriente Médio espalhados pela terra, espalhando a palavra do Cristianismo e, eventualmente, veio a Roma, e esta é quando a conversão em massa começou. Eles começaram as primeiras conversões com os governantes, os reis e rainhas a primeira usando dinheiro e suborno.

Desta forma, os moradores do país teriam de se converter, uma vez que dependia dos governantes a para sua sobrevivência. Porém, apesar de o Cristianismo se tornar a crença oficial, ainda era uma parcela muito pequena. A Antiga Europa era em sua maioria pagã, e assim resistiu durante muito tempo. Aos poucos, o Cristianismo foi usando a Igreja para conquistar toda a Europa.  Templos pagãos foram destruídos, e as igrejas cristãs foram construídas sobre a base pagã santa. Os pagãos, no entanto, forçados a construir igrejas sobre seus templos pagãos, incorporou muitos de seus símbolos para a construção dessas igrejas, que ainda pode se ver hoje.

Muitas datas das comemorações pagãs coincidem com as das cristãs. Entretanto, o paganismo é muito anterior ao cristianismo; ou seja, foram os cristãos que incorporaram elementos da cultura pagã e adequaram-nos às suas tradições, depois perseguindo e condenando os praticantes de rituais pagãos, exterminando, quase que completamente, sua cultura.

Quando os cristãos decidiram que as novas formas não estavam pegando rápido o suficiente com os pagãos, os líderes cristãos começaram a afirmar que os pagãos adoraram "o diabo" e começou a matança em massa de pagãos acusados de Heresia através da Inquisição. Em 1100, a idade das trevas começou, e a escrita não passou durante este tempo, e foi como se as "luzes se apagaram", e quando voltaram, os textos pagãos tinham ido embora, e a conversão cristã continuou a se espalhar, e guerras santas começaram. Quando os cristãos decidiram que as novas formas não estavam pegando rápido o suficiente com os pagãos, os líderes cristãos começaram a afirmar que os pagãos adoraram "o diabo" e começou a matança em massa de pagãos acusados de Heresia através da Inquisição.

Em 1494 dois monges dominicanos, que eram inquisidores da Bula Papal de Inocêncio VIII a, pelos nomes de Kramer e Springer, produziu o livro, o Malleus Maleficarum,  "O Martelo das Bruxas", que lançou as bases para o reinado de terror que varreu a Europa no século 18. Na Santa Inquisição nove milhões de homens, mulheres e crianças foram mantidos prisioneiros, despidos, passaram fome, sem dormir por incontáveis dias a fio, e horrivelmente torturados até a morte, para obter uma confissão de bruxaria, só para ser estrangulado ou queimados na fogueira por ordem da igreja.

Ironicamente, o Malleus Maleficarum foi originalmente rejeitado pelo conselho literário por causa do preconceito a heresia, e foi forjada para que ele pudesse ser impresso. Todos aquele no ofício passou à clandestinidade por medo de perseguição, até 1951, quando a última das leis anti-bruxaria foi abolida na Inglaterra.

 

O SURGIMENTO DA WICCA

Foi neste momento, que um homem chamado Gerald Gardner saiu do underground e publicou seu primeiro livro, chamado "Ajuda Magicks High" que ele publicou como um livro de ficção, sob o seu nome de Bruxa Scyer. Do que em 1952, ele publicou um livro de não ficção, "Witchcraft Today" e, portanto, começou a Religião Nova Era da Wicca.

A Wicca se tornou uma religião legalizada em 1985, e tem crescido a um ritmo alucinante desde que, na América do Norte e Europa. Um número aproximado de pagãos ultrapassa 250 mil na América do Norte sozinho, e o número é acreditado para ser muito maior que muitos pagãos e wiccans mentir sobre sua religião por medo de perseguição moderna que continua até hoje.

 

ORAÇÃO A MÃE-DEUSA

 

A Ti, Ó Mãe Terra ofereço minha alma e meu amor,

A Ti, Ó Deusa Sagrada, Criadora de todas as coisas Mãe de Tudo o que Há,

Doadora da Vida, que a partir do Caos criou a Luz e a Harmonia

Mãe é Teu Nome Sagrado

Que Invoco neste momento

Em que busco Teu divino Olhar

Que a Tua Voz vibre na minha garganta

Que Sua Voz vibre e ressoe

Através da Voz de todas as Tuas Filhas

Tuas Sacerdotisas que lhe servem e lhe amam

Mãe Negra do Tempo,

Face que está por detrás de todas as formas

Nos Te imploramos

A Sua bênção, a Sua Força

Diante de todas as injustiças

E blasfémias feitas a Ti

e as Tuas Filhas

Zelai por nós Mãe Terra

Muito obrigado

Abençoada seja.

 

Obs. Este curso contém 15 lições. Deixo o link se houver interesse. Fiz o Curso e gostei muito. - www.wicca.sucessoecultura.com

 

 

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