Depoimento Pessoal
Falar de Umbanda para minha pessoa é gratificante, pois é meu símbolo de Fé. A primeira vez que visitei um Centro Espírita de Umbanda foi em 1970, onde homenageavam Cosme e Damião. Enquanto as atividades espirituais ocorriam, uma energia estranha me inundou e ocorreu meu despertar interior, ou seja, descobri qual o caminho Espiritual a seguir e, enquanto por aqui estiver continuarei nesta jornada de Fé.
Nesta caminhada aprendi:
- Que somos espíritos evolutivos e como tal devemos nos comportar, nos educando para vidas futuras e aguardando com humildade a determinação de Deus, para o retorno ao Planeta Terra em busca do resgate do Karma;
- Que nossa vida tem três ciclos, nascer, viver e morrer e, dentro deles, temos que conviver com o Karma, o qual tem que ser vivenciado para nosso crescimento Espiritual;
- Que a Fé de meu semelhante deve ser respeitada e que a minha não deve ser exaltada;
- Que toda Espiritualidade vem de Deus e da conexão com tudo que existe no Universo, o visível e o oculto;
- Que manter-se espiritualizado é prova de inteligência mental e sabedoria e ter como metas a verdade e evolução;
- Que a Umbanda é feita de Amor, o qual deve ser semeado no dia-a-dia sem interesses pessoais;
- Que a Umbanda é feita de Paz e que a paz é sentir dentro de si e em si, a essência de Deus;
- Que na jornada da Mediunidade somos instrumentos musicais, dedilhados pelo mundo das luzes ou das trevas e que o espaço entre o Bem e o Mal é um limite tão tênue, que a vaidade não permite distinguir;
- Que a Religião deve ser usada apenas para as benesses Espirituais e não para resolver os questionamentos do Plano Físico, como emprego, afetividade, dinheiro, prosperidade, pois isto cabe à inteligência mental de cada indivíduo;
- Que não é necessário fazer pedidos para que os Mentores Espirituais intercedam por nós, pois o Homem é feito de pensamentos, palavras, obras e merecimentos;
- Que as energias negativas nos circundam quando nos propomos a atraí-las, pois um filho de Deus é imune as larvas astrais;
- Que os Mentores de Luz apenas orientam respeitando o Livre Arbítrio de cada filho, os mistificadores amedrontam e iludem as pessoas sem fé;
- Que a caridade divide-se em dois planos: no Plano Material é respeitar e valorizar o semelhante ao invés de criticá-lo, pois estes erros, na maioria das vezes, são nossas imperfeições que acobertamos. No Plano Espiritual é estender a mão sem discriminação, pois ninguém bate a nossa porta por acaso, os seres necessitados são nossos desafetos e nossos desafios.
- Aprendi que quando ocorre um impasse, a palavra é de prata, fica solta ao vento e percorre os quatro cantos do Universo, propagada muitas vezes, com maledicência e que o silêncio é de ouro, mostrando que na quietude e observação se aprende grandes lições, as quais nos ensinam a separar o joio do trigo, de acordo com a grandeza de nosso espírito.
Origem da palavra Umbanda
A origem da palavra Umbanda é oriunda do Sânscrito (a mais antiga língua da Terra _ raiz mestra dos demais idiomas existentes no mundo), que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "O lado de Deus". Outro significado é UM _ DEUS (único) e BANDA (Povo da Terra).
Origem no Brasil
Escrever sobre Umbanda sem citar Zélio Fernandino de Moraes é praticamente impossível. Ele, assim como, Allan Kardec foram os intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens. Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo – Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. No início, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho, estivesse possuído pelo demônio, cujo ritual não obteve êxito.
Tempos depois Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura e, passado algum tempo, num ato surpreendente, Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não frequentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando lá, e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde se realizava o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou: "Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?". Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
"Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"
Ele responde: " Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
O vidente ainda pergunta: "Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?". Novamente ele responde: "Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei." Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, Rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20hs, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente às 20hs, o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
"Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".
Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20hs às 22hs horas, determinou que a roupa dos participantes seria branca , os atendimentos, gratuitos. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda. O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras: " Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e à nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão. O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que havia neste local, praticando suas curas. Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá". Após insistência dos presentes fala:
"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde: "Minha caximba nêgo, que o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antônio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antônio". No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dados como loucos foram curados. A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo.
As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.
Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitou ajuda monetária de ninguém, pois era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele. O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam. A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do Amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda firmam a ligação com a vibração dos seus guias. Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem. Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundou a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú, RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu. Faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.
Fundamentação da Umbanda
A Umbanda fundamenta-se no seguinte princípio: a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados (Espírito, propriamente dito). Aspectos primordiais:
1. Na existência de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes, Zâmbi;
2. Na crença de um "Orixá Maior", denominado de Oxalá;
3. Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;
4. Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás, que são os Caboclos e Pretos Velhos;
5. Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento, os Exus;
6. Na crença da Reencarnação e na Lei Kármica de Causa e Efeito;
7. Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;
8. Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;
9. Na prática da Caridade Material e Espiritual;
10. Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;
11. Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.
A Lei principal da Umbanda é resumida numa só palavra CARIDADE: no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambiciosos, vaidosos, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.
A nossa Umbanda, manipula os elementos Terra, Ar, Fogo e Água – explorando o conhecimento dos índios e pretos, através das ervas, ponteiros, imagens, charutos, pólvora (fundango) e guias de proteção, além da grafia mágica da Pemba, giz de forma oval. Ela aceita e usa a força dos elementais, que são os duendes (terra), (ar), salamandras (fogo) e ondinas (água). Além do triangulo espiritual (caboclo, preto-velho e criança) fazem parte da Umbanda várias linhas, como ciganos, boiadeiros, baianos, marinheiros, médicos, orientais que alimentam a parte esotérica e outras que podem, eventualmente, serem chamadas. Em conjunto com a Umbanda este a Quimbanda, onde trabalham os Exus, considerada à esquerda da Umbanda, formada por espíritos também ligados à História do Brasil, no caso os dominadores de nosso País. Embora a Quimbanda tenha raiz Africana, pois os escravos e seus descendentes implantaram no Brasil no tempo da escravidão, mas está muito distante do Candomblé, uma religião autentica da África e que conflita bastante com os fundamentos da Umbanda.
- A Umbanda foi oficialmente declarada como religião em 1908, mas esse episódio está sendo relegado a plano secundário por várias correntes importantes, que pregam a Umbanda como existente antes desta data.
- O primeiro terreiro de Umbanda fundado oficialmente no Brasil foi a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, hoje ainda em pleno funcionamento.
- Apesar de sua cultura indígena, o “Caboclo Sete Encruzilhadas” deixou bem claro, que a Umbanda tem a sua base fundada no Evangelho de Jesus Cristo e a relação com a Igreja Católica pelo nome, Nossa Senhora da Piedade fincou fortes raízes entre as duas religiões.
- Se foi criada a Umbanda como uma religião organizada por espíritos superiores, sua função maior é lidar com espíritos que fazem o mal, e devemos considerar de grande importância saber o que eles fazem e como podem fazer e, o que precisamos fazer para interromper a ação indesejável dessas entidades atrasadas e que não são pertencentes ao quadro dos trabalhadores espirituais da Umbanda.
- A reencarnação é a mesma base evolutiva do espiritismo tradicional e também de várias outras religiões orientais.
- Pela natureza da religião, dá para entender que as linhas têm especialidades de trabalhos, cada uma atuando de uma forma e com características própria com a intenção de resolver problemas de formas diferentes.
- Alguns autores entendem que a Quimbanda é uma religião que não é a Umbanda, entretanto a Umbanda usa, manda e encaminha para a Quimbanda tipos de trabalhos que estão na especialidade dos Exus e das Senhoras Pombas-Gira.
- Os Exus são pelo que entendemos são espíritos que também, tiveram envolvimento com a história do Brasil, de grande inteligência e importância, que viveram com essas qualidades na mesma época do descobrimento.
Ramificações da Umbanda
Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.
Alguns exemplos dessas ramificações são:
Umbanda tradicional, oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;
Umbanda Popular, praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos, onde podemos encontrar um forte sincretismo com os Santos Católicos, associados aos Orixás Africanos;
Umbanda Branca e/ou de Mesa, com um cunho espírita, o Kardec, muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos os Orixás, o trabalho dos Exus e Pomba-Gira, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como os Caboclos, os Pretos-Velhos e as Crianças. Também podemos encontrar a utilização de Livros Espíritas, como fonte doutrinária.
Umbanda Omolokô, trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;
Umbanda Traçada ou Umbandomblé, onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;
Umbanda Esotérica, diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan, "conjunto de leis divinas";
Umbanda Iniciática, derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito;
Umbanda de Caboclo, influência da cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";
Umbanda de Pretos-Velhos, influência da cultura Africana, onde podemos encontrar o culto aos Orixás e o comando e feito pelos Pretos-Velhos;
Outras formas existem, mas não têm uma denominação apropriada. Diferenciam-se das outras formas de Umbanda por diversos aspectos peculiares, mas que ainda não foram classificadas com um adjetivo apropriado para ser colocado depois da palavra Umbanda.
As Linhas da Umbanda
Passado seu centenário no Brasil é possível afirmar que a Umbanda é mutável, ou seja, diversifica entre seu simbolismo e rituais. Não existe coesão em diversos aspectos dentro da Religião até porque, as ramificações que a compõe são diversificadas. Alguns pesquisadores afirmam que as diferenças ocorrem de Estado para Estado e que, como seu início, foi na Região Sudeste, a predominância da Umbanda do Rio de Janeiro e São Paulo se acentua. Outros afirmam que esta diversidade se deve aos Negros Africanos e suas Regiões de Origem, o Catolicismo popular, o Kardec, Tradições indígenas e a Cultura Oriental. Em minha visão a Umbanda se tornou uma Religião Eclética, ou seja, em nome de Oxalá, abriu os braços para receber todos os Espíritos, desta forma, absorvendo conhecimentos de todas as culturas das Etnias que compõem a Humanidade.
No que concerne a Divisão de suas Linhas e a Hierarquia o impasse é claro, cada Centro Espírita define sua Hierarquia de acordo com o Dirigente Espiritual, ou seja, Caboclos, Pretos Velhos e Crianças.
Devido ao fato do número 7 ter uma representação mística grande na Umbanda, o início, sinalizou a divisão em 7 Linhas, mas é impossível distribuir entre as mesmas, a Universalidade de Espíritos que a compõe, desta forma tende à ampliação e flexibilização.
A heterogeneidade presente na Umbanda desde os seus primórdios registra sua marca até porque, seus adeptos são pessoas que possuem uma fé sustentável e se adaptam ao local onde desenvolvem suas atividades espirituais, não questionando o que seu irmão de fé faz ou acredita.
Outro aspecto observado é que em alguns lugares os 7 Orixás que regem a Umbanda são divididos em Maiores e Menores. Discordo desta classificação, quem somos nós, meros humanos, em processo evolutivo, para elaborar uma Hierarquia Espiritual? Aos olhos de Deus os Orixás são vibrações de energias na natureza e todas as vibrações possuem a mesma intensidade de Luz, a diferença está na Linha que estão inseridas e na missão a ser cumprida.
Aprendemos com a dirigente Espiritual da Terreira que na Umbanda suas Luzes Orixás, Legiões, Linhas, Falanges, Guardiões, Entidades estão, distribuídas entre os pontos cardeais, colaterais e intermediários, tendo como dirigente o Senhor da Criação – ZAMBI.
Cada Linha de Umbanda divide-se em Falange, a qual se subdivide em Entidades que se apresentam a partir dos respectivos entrecruzamentos vibratórios como:
Guias: São as principais entidades espirituais que trabalham e dirigem os trabalhos em um Terreiro, diretamente ligados ao nosso plano físico ou material, conhecidos como Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, com a missão catequizadora junto aos seguidores do culto, razão pela qual se tornaram missionários em meio às multidões que comparecem aos templos da Umbanda.
O Preto Velho tem resposta para qualquer assunto relacionado a espiritualidade e nos transmitem a seriedade das religiões, a sabedoria para bem viver ao lado de outras pessoas, já que nos ensinam que viver não é difícil, o difícil é conviver ao lado de outras pessoas, nos ensinando a resignação e a paciência e principalmente o respeito pelas "Coisas Santas" e a submissão a Deus nosso grande Pai.
Os Caboclos por sua vez, foram colocados pelo seguidor umbandista na posição de nosso pai biológico, representando aquele homem forte, sempre ao nosso lado, nos protegendo das armadilhas da vida. Dos Caboclos emana uma autoridade sem igual, são altivos, muito sérios em suas mensagens e ensinamentos o que os fez serem potencialmente respeitados dentro de nossos cultos.
As Crianças ou Linha de Ibeji transmitem ao seguidor umbandista a alegria em servir, a submissão a Deus e a ajudar ao próximo. De sua linha de trabalhadores provem os médicos da Umbanda e desenvolvem muitas vezes trabalhos de cura inexplicáveis.
Protetores: são espíritos em evolução com a missão de praticar a caridade e auxiliar nossos Guias nos trabalhos que desenvolvem nos terreiros. São conhecidos como marinheiros, baianos e boiadeiros e ajudam aos fiéis da Umbanda em praticamente, tudo o que for permitido por Deus fazer. Nas tarefas espirituais aconselham, desmancham trabalhos pesados, descarregam terreiros, médiuns e consulentes.
Os Boiadeiros, devido à sua peculiar tarefa de descarregar terreiros ou pessoas, fizeram com que a cada dia viessem a angariar um respeito maior, sendo que conhecemos terreiros chefiados por Boiadeiros e eram templos sérios, de tremenda vibração positiva.
Os Marinheiros também conseguiram esse mesmo respeito, já que também assim procedem, porém, são mais brincalhões e comunicativos, mas desenvolvem seus trabalhos com a mesma seriedade. Sua principal característica é a descarga pesada de um templo e sua corrente de médiuns.
Os Baianos mostraram-se grandes amigos e companheiros nos momentos mais difíceis de nossas vidas e acreditamos que devido a essa particularidade, os Baianos são os mais assediados e explorados por seguidores do culto.
Aprendemos que somos governados por triângulos de forças, onde estão inseridos os Orixás, Legiões, Linhas, Falanges, Guardiões e Entidades.
Zambi, é o nome dado à Deus, o Criador da “Aiyê” (Terra) e do “Orun” (Morada dos Espíritos) e entregou para seu filho Oxalá governar. Para governar o Ayê, Pai Oxalá, dividiu os Espíritos que habitam o Orun, delegando a cada um uma missão, desta forma, a Umbanda foi dividida em Linhas, as quais são dirigidas por Orixás, Legiões, Linhas, Falanges, Guardiões, Entidades, formando o conjunto de Espíritos que atuam na Linha.
A Vibração Superior que rege a Umbanda é Oxalá, manifestação cósmica do céu, da terra, da luz, da energia, da força, da paz e do amor. Esta força é responsável pela harmonia das outras forças. É a energia coordenadora, o movimento e transformação, é a resultante da fusão de todas as outras energias que atuam na Umbanda. O significado mágico deste nome está na formação da palavra:
O = círculo ou circular
OX = ação ou movimento
XA = senhor, dirigente, fogo
LA = divino, místico,
No primeiro Triângulo – Regido por Oxalá
1ª São José - Aquele que abençoa a família. É o lírio visto de cima. Cor vibratória: branca ou azul claro.
2ª Santa Rita de Cássia - Energias femininas voltadas para a fé. Cor vibratória: branca ou vermelha.
3ª São Francisco - É a revolução da palavra, levada com amor e sinceridade. Cor vibratória: branca ou verde.
4ª Santo Antônio - É o estudo da lei, transmutação da palavra na vida, é a transição de Ogum para Xangô. Cor vibratória: branca ou laranja.
5ª Maria Madalena - É a estrela guia que dá o rumo para as almas que querem encontrar sua verdadeira essência, vocação. Cor vibratória: branca ou amarelo claro.
6ª José de Arimatéia - a benção para os médicos, cientistas, filósofos. Cor vibratória: branca ou lilás.
7ª Santo Expedito - Aquele que traz a velocidade para o caminho transformando energias.
Cor vibratória: branco ou cor-de-rosa.
Estas Falanges não incorporam em Médiuns, seu trabalho é no Astral Superior.
No segundo Triângulo temos Linhas de Caboclos.
A denominação "caboclo" como Espíritos que trabalham na Umbanda simboliza os Espíritos de todos os índios, antes e depois do descoberta do Brasil e da miscigenação. São chamados na Umbanda para o desenvolvimento do médium, trabalhos de cura física e espiritual, demandas materiais e espirituais. Estas Falanges trabalham também no Kardec.
Os caboclos são espíritos de muita luz que assumem a forma de "índios", prestando uma homenagem a esse povo que foi massacrado pelos colonizadores. São exímios caçadores e tem profundo conhecimento das ervas e seus princípios ativos, e muitas vezes, suas receitas produzem curas inesperadas. Como foram primitivos conhecem bem tudo que vem da terra, assim, são os melhores guias para ensinar a importância das ervas e dos alimentos vindos da terra, além de sua utilização.
É possível encontrar estas Entidades nas seguintes Linhas:
Linha das Águas (formada pelas Sereias e Ondinas)
Nessa falange, trabalham todas as Iabás, agrupadas com os nomes de Janaínas, Caboclas ou Sereias. Sua missão é trabalhar diretamente com a força emotiva por meio dos sentimentos de maternidade, misericórdia e amor. As Falanges destas Legiões tem por missão desmanchar trabalhos de Magia Negra, feitos no Mar e nos Rios. Apresentam-se com roupagem fluídica de Caboclas e são ligadas aos elementais das águas.
1. Falange da Sereia do Mar
Entidades que assumem formas encantadas, residindo em todo o elemento água. Possuem total domínio sobre as energias desse meio. Aceitam as tradicionais oferendas a Iemanjá, entregues para serem levadas ao fundo dos mares, lagos ou rios.
2. Falange da Cabocla Iara
Dominam a força que brota do encontro das águas doces e salgadas, muito ligadas ao Orixá Ogum. É também o nome das entidades chefes da falange conhecidas como Caboclas do Rio. São alegres e juvenis. Vela azul clara, verde, vermelha e branca, para Ogum.
3. Falange da Cabocla Nanã
A Cabocla Nanã é chefe da falange das Ondinas. Suas entidades trabalham na beira das fontes e trazem uma vibração capaz de proporcionar paz e compreensão nos lares. Protege as atividades ligadas ao ensino, como o magistério. Vela roxa para o Orixá Nanã.
4. Falange da Cabocla Iansã
A Cabocla Iansã representa o Orixá com o mesmo nome, junto à Iemanjá. Trabalha sob os fortes temporais e chuvas, forças essas capazes de proporcionar grande resistência nas dificuldades da vida. Aceita velas azul-claro e vermelha e branca ao Orixá Iansã. Podendo ser entregues junto às oferendas de Xangô nos bambuzais ou na beira de cachoeiras, longe da queda d’água.
5. Falange da Cabocla Oxum
As energias do amor puro e da luz que irradia sobre as cachoeiras são a matéria-prima para suas atividades, ligadas à Iemanjá. Através de sua falange, os fluidos benfeitores são trazidos através das “águas espirituais”, ou seja, o “prana ou fluido cósmico universal”. Sua vela será azul-claro e amarela, dedicada ao Orixá Oxum.
6. Falange da Cabocla “Indaiá”
Sua falange é das Caboclas do Mar, ligadas a Falange de Cosme e Damião. Absorvem energias de vários elementos e transmutam na energia alegre e vibrante das crianças. Vela azul-claro e rosa.
7. Falange da Cabocla ou Sereia “Janaína”
Está sob sua guarda a força do amor conjugal e da procriação. Vela azul-claro e branca.
Entidades no grau de guia, se apresentam como:
Entidades no grau de protetor:
LINHA DE OXOSSI (Povo da mata, florestas, bosques)
Toda a parte doutrinária e evangélica, com fins de trazer fé às almas desgarradas no mal, limpando interferências negativas psíquicas e física pertence a essa falange, rege também a disciplina e obediência. Nesta Linha estão os espíritos que se apresentam com a roupagem fluídica de, Caboclos e Caboclas.
1. Falange dos Caboclos Peles-Vermelhas
Excelentes doutrinadores, pois possuem grande sabedoria, pertencem a antigas civilizações indígenas (Maias, Astecas, Incas, etc). Falam estranhos “dialetos” quando “incorporam” no médium. Nessa falange, entre os itens básicos que citaremos adiante, entram incenso queimado, folhas de alecrim e alfazema frescas.
2. Falange do Caboclo Araribóia
Como Oxossi é caçador, é ele que coordena, na vida material, o trabalho, com o objetivo de trazer recursos à mesa. Por isso, essa falange se dedica a proteger aos injustiçados no seu direito de sustento e sobrevivência de suas famílias, vibrando nas matas das montanhas. Gostam de flores variadas.
3. Falange da Cabocla Jurema
Formada por entidades meigas, amorosas, traz os recursos da Natureza e os transformam em energias vitais próprias a serem utilizadas em purificação de locais, pessoas e na medicina espiritual, aos serviços de Oxossi e Ossãe. Gostam de muito mel nas oferendas, fitas coloridas, menos o preto.
4. Falange dos Caboclos Guaranis
São guerreiros. Defendem as matas, junto a Ogum Rompe-Mato. Onde os guaranis estão, impõe a paz, daí serem chamados de “Falange da Paz”.
5. Falange dos Caboclos Tamoios
Humildes e pacientes são conhecidos de “domadores de feiticeiros”. Doutrinam as almas, daí serem os “caçadores de almas”, na atribuição legítima das falanges de Oxossi. A ela pertencem Muiraquitã e Grajaúna. Apreciam folhas de arruda em suas oferendas, guiné, rosas de qualquer cor e muito mel.
6. Falange dos Caboclos Tupis
São os conhecidos pelo nome de Tatauys, ágeis, e bons caçadores, são brincalhões. Apreciam sucos de frutas, mel e rosas de qualquer cor.
7. Falange do Caboclo Urubatã
São os mais velhos, sábios e conhecedores da mata. Há poucos médiuns que os incorporam. Trabalham nas colinas floridas, pois se ligam à vibração de Oxalá. Nas suas oferendas vai o mel e flores brancas. Vela verde.
Entidades no grau de guia:
Entidades no grau de protetor:
6ª LINHA DE OGUM
Controla todos os fatos de execução e cobrança do Karma de cada indivíduo ou grupo, daí serem soldados. Esta Linha é das grandes demandas, são os defensores de todos os Umbandistas. Nesta Linha estão os espíritos que se apresentam com a roupagem fluídica de Caboclos e trabalham com elementais do Fogo e da Água, na Vibração Eletromagnética de Marte.
1. Falange de Ogum Beira-Mar
Colaboradores de Iemanjá, Ogum Beira-Mar trabalha sobre a areia molhada, enquanto Ogum Sete Ondas trabalha sobre as ondas. Aceitam oferendas com velas nas cores branca, verde, vermelha e azul-claro.
2. Falange de Ogum Rompe-Mato
Ogum Rompe-Mato trabalha para Oxossi e Ossãe nas matas e com Xangô nas pedreiras. Suas oferendas podem ser nas matas (vela verde) ou nas pedreiras (vela marrom).
3. Falange de Ogum Megê
É colaborador de Iansã, seu nome significa “Sete”, guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando diretamente com a Linha das Almas. Toda sua oferenda será em vermelho e branco, próxima ao cruzeiro do cemitério (calunga pequena).
4. Falange de Ogum Naruê
Trabalha diretamente na Linha das Almas, desmanchando a magia negra, controla as almas quibandeiras. Aceita suas oferendas com Ogum Megê ou, ainda, dentro ou fora dos cemitérios, nas cores, branca e vermelha.
5. Falange de Ogum Matinata
São poucos médiuns que o incorporam, sua falange protege os campos de Oxalá, os locais abertos, floridos e iluminados. Mas não trabalha diretamente para esse Orixá. Aceita suas oferendas nos campos floridos, nas cores vermelha e branca.
6. Falange de Ogum Iara
Trabalha para Oxum. Suas oferendas deverão ser entregues na beira de rios, lagos ou cachoeiras, onde vibram, nas cores vermelha e branca ou verde e branca.
7. Falange de Ogum de Lei
É uma falange que vibra na linha pura de Ogum. São eles que trabalham diretamente no Karma e sua cobrança, rondando o mundo. Suas cores são a vermelha e a branca e suas oferendas podem ser em qualquer lugar, ao ar livre.
Entidades no grau de guia:
Entidades no grau de protetor:
2ª. LINHA DE XANGÕ
Nesta Linha estão os espíritos que se apresentam com a roupagem fluídica de Caboclos e trabalham com os elementais do Fogo e da Água.
1.Falange de Xangô Kaô
Dominam a sabedoria adquirida com o tempo, atuando nas pedreiras abertas. Sua cor é o marrom-escuro. É conhecido também como Xangô Velho.
2. Falange de Xangô Alafin - Caboclo Pedra-Branca
Defendem a pureza moral, atuando nas pedras solitárias dos caminhos. Cruza-se com Oxalá, a cor da vela é marrom e a branca.
3. Falange de Xangô Alufã – Caboclo Pedra-Negra
Determina as diretrizes dos desencarnados, atuando nas pedras dos rios, mares, cachoeiras e todas as águas, daí ser o protetor dos pescadores. Cruza-se com o Povo das Águas. Sua vela é o marrom e o branco.
4. Falange de Xangô Agodô – Caboclo Pedra-Branca
Atua nas pedras mergulhadas nas águas de toda a espécie, inclusive nas “pedras iniciáticas e na pedra batismal”. Cruza-se com Oxalá.
5. Falange de Xangô Abomi – Sete Montanhas. Cruza-se com a Linha de Oxossi e das Almas.
Trabalha nas montanhas, nas cordilheiras, protegendo nos momentos de angústia, nas horas de aflições e perdas, inclusive no casamento. Cruza-se com Oxossi, sua vela é verde ou branca.
6. Falange de Xangô Aganjú – Sete Cachoeiras
É um Xangô jovem, vibrando nas linhas de Xangô e Oxum, trabalhando nas pedras da cachoeira. Traz harmonia entre as forças de amor e justiça. Suas cores são o branco e o marrom.
7. Falange de Xangô Djacutá – Sete Pedreiras
Domina a força de Xangô no meteorito e nos raios, sendo muito invocado nas injustiças que conduzem a aflições, defendendo as vítimas desses abusos. Suas cores são o branco e o marrom.
LINHA DO ORIENTE – Chefiada por São João Batista ou Xangô Kaô.
As Falanges destas Legiões estão incumbidas de ensinar aos habitantes da Terra, coisas para eles desconhecidas. São grandes Mestres do Ocultismo.
1. Falange dos Indianos
Espíritos de antigos sacerdotes, mestres, yogues e etc. Um de seus mais conhecidos integrantes é Ramatis. Está sob a chefia de Pai Zartu.
2. Falange dos Árabes e Turcos
Espíritos de mouros, guerreiros nômades do deserto (tuaregs), sábios marroquinos, etc... A maioria é muçulmana. Uma Legiăo está composta de rabinos, cabalistas e mestres judeus que ensinam dentro da Umbanda a misteriosa Cabala. Está sob a chefia de Pai Jimbaruê.
3. Falange dos Chineses, Mongóis e outros Povos do Oriente
Espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis, etc. Curiosamente, uma Legião está integrada por espíritos de origem esquimós, que trabalham muito bem no desmanche de demandas e feitiços de magia negra. Sob a chefia de Pai Ory do Oriente.
4. Falange dos Egípcios
Espíritos de antigos sacerdotes, sacerdotisas e magos de origem egípcia antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí.
5. Falange dos Maias, Toltecas, Astecas e Incas
Espíritos de Xamãs chefes e guerreiros destes povos. Sob a chefia de Pai Itaraiaci.
6. Falange dos Europeus
Não são propriamente do Oriente, mas integram esta Linha que é bastante sincrética. Espíritos de sábios, magos, mestres e velhos guerreiros de origem européia: romanos, gauleses, ingleses, escandinavos, etc. Sob a chefia do Imperador Marcus I.
7. Falange dos Médicos e Sábios
Os espíritos desta Falange são especialistas na arte da cura, que é integrada por médicos e terapeutas de diversas origens. Sob a chefia de Pai José de Arimateia.
No grau de guia:
No grau de protetor:
Linha de Cosme e Damião ou Yori.
Yori quer dizer “Vitalidade saindo da luz”. São formadas pelas entidades que, por opção, quiseram manter a forma infantil, algumas já em preparo para uma reencarnação próxima. Onde for necessária uma vibração dirigida à alegria, à fraternidade e à comunhão, lá estará a Linha de Yori que, por essa bela qualidade, domina as energias mais sublimes do plano espiritual.
Uma criança brincando, em um trabalho, não é uma atividade infrutífera, como pensam alguns. É uma entidade que sabe perfeitamente o que está fazendo, com o objetivo de descarrego de tudo o que está em volta.
1. Falange de Tupãnzinho
São entidades que vibram na Linha de Oxossi, protegendo os lenhadores e animais. Gostam, nas oferendas, de apetrechos indígenas bem enfeitados, fitas verdes e vela rosa.
2. Falange de Doum
São entidades que nasceram no período do cativeiro como Doum, eram filhos de mãe indígena e pai africano. Auxiliam os tratamentos médicos, protegendo os profissionais da saúde e os enfermos, proporcionando mais integração entre ambos. Se cruzam com a Linha de Iemanjá e Pretos-Velhos e aceitam suas oferendas em jardins e praças.
3. Falange de Alabá
Se cruzam com Ogum, Oxumarê e Iemanjá. Da vibração dos três Orixás, recebem condição de trabalhar com os militares, dando coragem e piedade aos que usam farda. Suas oferendas são próximas as cachoeiras, pois as cores do arco-íris atraem muito essa falange.
4. Falange de Dansu.
Espalham-se nos dias de tormenta, com fins de proteger adultos e crianças nesses dias, trabalhando também para Xangô. Gostam de fitas marrons e até seixos rolados em suas bandejas, entregues nas pedras de cachoeiras.
5. Falange de Sansu.
Legião de entidades que se apresentam como meninas, distribuidoras de ternura, vinda de Deus. Trabalham cruzadas com Iemanjá. Devem ser entregues a elas: conchinhas e estrelas-do-mar, na beira da praia, junto com os outros itens da oferenda.
6. Falange de Damião
Se cruzam com Cosme e Doum, cuidando das crianças do espaço, ou seja, das entidades recém-desencarnadas ainda crianças, de grande poder de cura. Vibram, de preferência, nas praias e jardins, seu lugar para a entrega de oferendas.
7. Falange de Cosme
São eles que detêm a responsabilidade da guarda das crianças recém-desencarnadas na Linha de Oxalá, com o qual cruzam.
Alimentam-nas com fluidos delicados, chamados de “mel”, ou, talvez, os fluidos extraídos desse alimento.
Oferendas: Apesar de diferentes, as falanges de Yori incluem, em suas oferendas, muito mel, doces em geral, balas, pirulitos, brinquedos, fitas na cor rosa e nas cores com os quais cada falange se cruza, velas na cor rosa, guaranás, flores brancas e gostam muito de bicos (chupetas) azuis ou rosas, de acordo com a falange ou entidade reverenciada (meninas ou meninos, ou ambos).
No grau de Guia:
No grau de protetor:
LINHA DO POVO AFRICANO - PRETOS VELHOS
Seu nome significa a lei na aplicação da vitalidade saindo da luz. É a linha do aprendizado a duros custos, da compreensão das aflições, valorizando as lições da vida. É a prática da caridade teórica, da humildade adquirida sob as mais cruéis provações. São aqueles que ensinam que, mesmo mergulhados no erro, ainda há esperanças, os Pretos-Velhos.
1. Falange do Povo da Costa (Rei Cabinda).
Se cruzam com Iemanjá e ensinam que, através da resignação das provas, haverá o resgate das dívidas do passado. Consolam e auxiliam os sofredores, com muito amor. Suas oferendas são entregues nas praias.
2. Falange do Povo de Congo (Rei Congo)
Com as Crianças conseguem a energia pura e infantil dessa falange que, transformada, vence a dor e traz a alegria. Junto a sua oferenda vai uma vela rosa oferecida às crianças.
3. Falange do Povo de Angola (Pai Joaquim)
Libertam os escravos de hoje, presos aos vícios, maldades e erros, despertando-os para a vida, por meio de esclarecimentos ou ritos. Vibram nas matas e sua vela será roxa, a cor mística por excelência.
4. Falange do Povo da Guiné (Pai Guiné)
Possuem o conhecimento das calungas (grande, o mar e a pequena, o cemitério), profundos conhecedores da magia e da sabedoria para a cura de todos os males. Recebem suas oferendas no cruzeiro do cemitério ou na beira do mar.
5. Falange do Povo de Moçambique (Pai Jerônimo)
Trabalham na lei do livre-arbítrio (ou da livre escolha), com fins de inspirar a libertação do indivíduo durante sua vida terrena. Vibram na mata, sobre pedras em especial, ou nos lugares abertos nesse local, próprios ao repouso e à oração.
6. Falange do Povo de Luanda (Pai José)
Combatem demandas, fazem cumprir rigorosamente os rituais e trabalham muito na caridade, sendo exigentes, mas muito bondosos. Recebem suas oferendas no cruzeiro de cemitério.
7. Falange de Bengala (Pai Tomé)
Por terem sofrido muito na Terra, compreendem as misérias humanas, trabalham na busca da paz, da fraternidade e estimulam a caridade. Vibram nas colinas abertas e floridas.
Oferendas: cada Preto-Velho tem sua oferenda e gostos. Mas todos recebem cigarros de palha, café, velas brancas e pretas (alguns, roxas), doces tradicionais tipo pés-de-moleque, rapaduras, sagu, farofa com linguiça picada e comidas típicas do interior e da época em que viveram.
Ervas: Alfavaca, Arruda macho e fêmea, Benjoim, Carqueja, Carquejinha, Folhas de café, Junco, Romã.
É impossível a Umbanda não praticar o Culto das Almas, pois as mesmas simbolizam nossos antepassados. São energias que nos acompanham dia-a-dia, registradas na memória e recordadas através da lembrança. A doutrina nos ensina que não devemos lamentar a partida daqueles que compartilharam de nossa existência, desta forma, eles seguirão o caminho para a evolução. Mas a doutrina não pode bloquear os sentimentos e o Livre Arbítrio, ou seja, em inúmeros aspectos a lembrança dos desencarnados que fizeram parte dos laços de sangue ou de amigos aflora, ocasionando diversas sensações emoções.
A finalidade da Linha das Almas é a limpeza da corrente mediúnica e o socorro aos Espíritos que ainda não adquiriram a luz necessária para seu desprendimento do orbe terrestre.
Esta Legião é chefiada por D. Miguel das Almas e não há sub divisões, pois apenas seu Chefe se cruza com as Linhas e Falanges de Iansã e Omulú.
Entidades no grau de guia:
Entidades no grau de protetor:
MEDIUNIDADE
RITUAIS
Congá
Normalmente, o Conga ou Altar, coberto com uma toalha branca de renda e edificado no fundo do terreiro, de frente para o público. A mesa pode ser feita de alvenaria, pedras ou madeira. Em cima da mesa ficam os objetos ritualísticos como (imagens, candelabros com velas, diversos símbolos, copos com água ou bebidas) de acordo com a cúpula espiritual da casa.
Saudações
Licença
Ao entrar no local destinado à corrente o médium deverá pedir licença, ou seja, dobrar o corpo ou ajoelhar-se e tocar com as pontas dos dedos da mão direita no chão por três vezes, o que conecta a energia individual com o sagrado.
Bater a cabeça
Após seu ingresso no salão o médium se posta em semicírculo para formar a corrente. A ocupação depende das normas da casa, pode ser pela autoridade que o médium representa (na maioria dos Terreiros entra o (a) Cacique Material e, posteriormente, o Goa). Após a formação da corrente cânticos são entoados com batidas de palma para o “ritual de bater a cabeça” que demonstra a humildade e respeito ao culto. O médio deita-se em frente ao Conga, com as mãos espalmadas ao lado do corpo e encosta sua cabeça no chão (simboliza sua condição de instrumento da fé e da cúpula da casa). A seguir levanta-se e faz a saudação para cada irmão, “ombro com ombro”, para a conexão a energia individual se conectar com a do grupo, desta forma é formada a energia do corpo mediúnico.
Vestuário
O vestuário utilizado pelos médiuns de Umbanda quase sempre é calça comprida e um jaleco na cor branca, pois esta cor representa a unidade, fraternidade, sabedoria e alto grau de espiritualidade superior. Transmite para “a visão” a calma, paz espiritual, serenidade e outros valores elevados, pois a cor branca contém dentro de si todas as demais cores existentes. Além de todos os atributos é a cor do nosso Orixá maior, Oxalá. Quase sempre utilizam sapatilhas brancas ou pés descalços.
Guias
Quando médium ingressa em um Terreiro e recebe o batismo, recebe também, a primeira Guia que é a de Oxalá que após ser imantada é colocada no pescoço do médium. Para confeccionar uma guia usam-se elementos como contas de miçangas ou louças, pequenas ferramentas dos Orixás, as quais são distribuídas em um fio de nylon.
Posteriormente suas próprias entidades determinarão as guias que serão usadas de acordo com a vibração da linha de trabalho. Após sua confecção passam por rituais como banhos de água do mar, cachoeira, rios, lagos, amacia de ervas ou, bebidas que as entidades gostam. Seu uso representa a segurança, energia, bons fluídos ao redor do médium que a utiliza.
Os quatro elementos da natureza e sua relação com a Umbanda
Água
Elemento da natureza apontado como o princípio de todas as coisas. Representa a purificação, a regeneração, a profundeza e o infinito. Em quase todas as culturas, a água aparece como símbolo da força feminina e da emoção, associada à fertilidade e à vida. No aspecto negativo, a água simboliza a destruição. Simboliza a capacidade emocional, indicando o quanto uma pessoa considera os seus sentimentos, emoções, sensibilidade, intuição e sensações ao agir. Relaciona-se ao Plano Emocional. Seus atributos: Deslumbramento, limpeza, transformação interior, esforços psíquicos, adivinhação, purificação, as emoções, amor romântico, manifestação espiritual, morte, renascimento e explorações de vidas passadas. A água é o elemento da absorção e germinação. O subconsciente é simbolizado por este elemento, pois está sempre em movimento
Sua utilidade está relacionada à sua origem mares, rios, chuvas, lagos, lagoas e poços, pois seu emprego será um emprego diferente nas obrigações, mas terá sempre o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica. No Conga são usados cálices com água durante os rituais e representam a fertilidade e limpeza.
Terra
É o oposto do céu, está associado à força feminina e a tudo o que é misterioso. Representa o concreto, o real e em muitas culturas, relaciona-se à “Grande Mãe”, fonte dos alimentos e da vida. Simboliza a função da ação, a pessoa tem um impulso, um instinto, ela age e essa ação tem que fazer terra, tem que ter uma função, tem que servir para alguma coisa. Esse elemento e seus dinamizadores trabalham para que a humanidade tenha corpos perfeitos, e possam desenvolver suas atividades espirituais a nível cósmico. A ação qualificadora destes seres é representada por vulcões e terremotos. No nosso corpo, este elemento é representado pelos sais minerais. Sua energia é receptiva, feminina e sua direção Norte. Natureza Básica fértil, úmida, estável. A gravidade é a manifestação desse elemento e a fase de vida é a velhice, momento da colheita, que será livre de acordo com a semeadura.
Este elemento nos fornece alimentos, vestuário, abrigo e a cura física, emocional e espiritual através do reino vegetal onde são usadas inúmeras ervas para banhos de descarga, proteção e amais, sob a orientação das entidades, pois as ervas possuem Axé, uma energia sagrada que combinadas entre si agem, sob a aura transmutando energias nefastas em energias positivas.
Fogo
Tem como atribuições intensificar a espiritualidade, a intuição e destruir a bagagem negativa que o ser carrega durante sua existência, transformando e incentivando este ser para construção de novos alicerces. Para isto ocorrer é necessário que aprenda controlar suas labaredas internas que queimam através da pressa e da teimosia.
O fogo é o elemento das transmutações, das transformações. Sua força luminosa indica o caminho que deve ser seguido por aquele que conhece os ensinamentos do Universo é a chama que, acesa dentro de nós, faz brilhar nossa aura e nossos olhos, revelando a força de nosso espírito. Ele conduza cada um à sabedoria interior. A busca de nossos ideais, nosso caráter, nossa personalidade e a realização de nossas potencialidades.
Se faz presente nos rituais de Umbanda: na queima das brasas para:
Defumação
Tem como finalidade a junção de um ritual mágico de dois elementos, Terra (carvão ou madeira, raízes, sementes, ervas) e Fogo (a magia da transmutação). A liberação da energia na queima modifica o ambiente, equilibra a energia vital e fortalece os sentimentos nobres. A defumação deve ser feita antes de iniciar os trabalhos para afastar a nocividade de pensamentos do ambiente, corpo mediúnico e assistentes
Velas
Corpo – representa a natureza, através do material usado para dar forma às velas (como parafina, essências, plantas, etc.). Existe a união da “cera e do pavio” – “fogo e ar”, consumidos na chama incandescente é a síntese de todos os elementos da “natureza”.
Alma – representada pela vibração do éter, causada pelo alcance da luz nos processos ocultos.
Espírito – é a chama, a luz propriamente dita, que é um importante canal entre a nossa intuição e a vibração da nossa força através da claridade. O fogo é a “Luz” o “calor” que aquece, o “pavio” queimado significa exaurir, o extermínio de todos os problemas negativos.
Ar
O ar é leve e essencial ao movimento, mensageiro da intervenção Divina e o sopro vital do Universo, energia e vigor. Geralmente ele representa o passageiro e o provisório, o elusivo e o intangível. É um dos símbolos do poder espiritual, donde se deriva a palavra inspiração, tal qual o sol, é um símbolo de criação e fecundidade, sua direção é Leste e sua energia é projetiva e masculina.
Este elemento atua no segredo da fumaça dos cigarros, cigarrilhas e charutos usados pelas entidades para o descarrego de seus filhos e assistentes, representam, os defumadores individuais, pois o fumo é uma erva que emana energias que atuam positivamente no mundo oculto, desta forma, desintegra fluidos de miasmas nos seres encarnados. A baforada tem suas mirongas entre esquerda, direita e centro que só eles podem traduzir. Além disso o aroma inunda o ambiente e embriaga os sentidos de uma forma sutil.
Bebidas
A bebida alcoólica não faz parte da Umbanda, as entidades se utilizam de sucos de frutas para energizar seu médium e assistentes.
Pontos Cantados
Os pontos cantados de Umbanda, movimentam as forças sutis da natureza e tem finalidade de agradar e atrair entidades, uma chamada melodiosa para atender a chamada espiritual. Os cânticos expressam, mensagens, emoções, sentimentos e principalmente, devoção em forma de oração, pois cada sílaba é o verbo sagrado, uma nota musical que se coloca em sintonia com a nota musical interior de cada indivíduo.
Pontos Riscados
São grafias espirituais utilizadas por entidades, as quais riscam com Pemba (confeccionadas com calcário, com forma cônica e a segurança, desta forma, só eles conhecem a magia, o segredo e a finalidade. São formados por traçados e símbolos como sol, lua, estrelas, flechas, arcos, lanças, triângulos, folhas, raios, ondas, cruzes, machados e muitas vezes na forma da geometria sagrada., bem como, podem identificar falanges, guias e protetores e cada um tem sua função específica.
Amacis
O Amaci é usado na maioria dos Terreiros. São utilizadas infusões de ervas maceradas para a lavagem da cabeça com a finalidade de fortalecer o corpo físico e o corpo espiritual do médium. É o segundo ritual após o batismo. O médium ajoelha-se na frente do Congá e o Cacique Material pede licença ao Orixá da cabeça e derrama aos poucos, a infusão que cairá dentro de uma bacia branca. Após, a cabeça é coberta e por 21min e o médium ficará deitado, em repouso silencioso. A cabeça deverá ficar coberta por 24hs.
Gira - Desenvolvimento
Destina-se ao treinamento dos médiuns e o uso certo das suas faculdades mediúnicas, bem como das práticas ritualísticas do Terreiro. Neste dia não tem assistentes, pois é reservada apenas à corrente mediúnica.
Caridade
Destina-se ao atendimento do público, com a presença das Entidades determinadas para o atendimento do dia nos passes magnéticos.
Limpeza
Ocorre normalmente, uma vez por mês, com a Linha de Exus apenas para a corrente mediúnica.
Festividades
Datas do Calendário festivo do Terreiro, onde as Entidades se confraternizam com os médiuns e assistentes. Nessas datas todos podem fazer consultas, com todas as Linhas que se manifestarem.
Passes Espirituais
Transmissão de energias humanas em sintonia com as energias dos espíritos de Luz e age em favor do reequilíbrio físico/emocional/espiritual de quem necessita. O passe envolve três elementos essenciais: Fé (do médium e assistente), Merecimento (do assistente); Boa Vontade (assistente seguir orientações) e dividem-se em:
Desobsessão – são conectas três energias, do médium, do assistente e do obsessor, o qual é doutrinado;
Magnéticos (limpeza) – os fluídos desintegram as energias nefastas que envolvem a aura do assistente;
Energização – são fluídos espirituais para a energização e reequilíbrio das energias sutis dos órgãos da anatomia humana por intermédio dos chacras.
Obs. Você já deve ter observado uma pessoa recebendo o passe com uma entidade e em seguida ser enviada à presença de outra. O que ocorre é que esta pessoa necessita de mais de um tipo de passe e nem todas as Entidades tem uma missão global.
Consultas Espirituais
Quando alguém procura uma Entidade para realizar uma consulta é sinal que está com dificuldades e normalmente, quer urgência na solução, mas não tem noção real da diferença entre tem cronológico e espiritual:
Cronológico – é uma medida relativa de sucessão de fatos transitórios (passado/presente/futuro). Serve para nos localizarmos e nos organizarmos, pois necessitamos de medidas, denominadas tempo/espaço) que são conhecidas através da percepção objetiva do homem (seus sentidos), que dependem da percepção individual (espaço curto ao nosso redor, tamanho variável de acordo com círculo da consciência individual) e psíquica (círculo extraordinário e depende do que o homem toma consciência (nem tem, nem espaço, pois são barreiras). A soma das energias dessas percepções resulta na “espera”.
Espiritual – é o presente contínuo, manutenção de consciência. Na eternidade e no universo espiritual isto não é necessário, pois o movimento de energias é harmônico).
A soma do: tempo cronológico e espiritual, do Livre Arbítrio, do merecimento indica o “tempo da espera”.
Ervas das 7 Linhas
Linha de Oxalá: Arruda, levante, guiné, erva-cidreira, maracujá, hortelã, alecrim, girassol, jasmim, arnica da horta, poejo, folhas de laranjeira. Horário de colher as ervas e tomar o banho é de 09 às 12 horas de Domingo.
Linha de Ogum: Jurubeba, samambaia-do-mato, romã, espada-de-ogum, lança-de-ogum, cinco-folhas, losna, tulipa, macaé, folhas romã. Horário de colher as ervas e tomar o banho é de 03 às 06 horas de terça-feira.
Linha de Oxossi: Sabugueiro, erva-doce, gervão, malvaísco, malva-cheirosa, dracena, folhas de jurema, parreira-do-mato, figo-do-mato, funcho. Horário de colher as ervas e tomar o banho é de 06 às 09 horas de sexta-feira.
Linha de Xangô: Lírio-da-cachoeira, alecrim-do-mato, erva-tostão, fedegoso, manga, parreira, abacate, goiaba, limão, colônia. Horário de colher as ervas e tomar o banho é de 15 às 18 horas de quinta-feira.
Linha de Yorimá: Eucalipto, tamarindo, guiné-pipiu, trombeta, alfavaca, cambará, bananeira, sete-sangrias, vassoura-preta e branca, camará. Horário de colher as ervas e tomar o banho é de 21 às 24 horas de sábado.
Linha de Yori: Manjericão, crisântemo (folhas e flores), verbena (folhas), maravilha, morango (folhas), amoreira, pitanga, melão-de-são-caetano (folhas), capim-limão, alfazema. Horário de colher as ervas e de tomar o banho é de 12 às 15 horas de quarta-feira.
Linha de Yemanjá: Pariparoba, folhas e flores de rosa, flores de avenca, panacéia, folhas e flores de violeta, picão do mato, arruda-fêmea (colhida à noite), manacá, quitoco, chapéu-de-couro, erva-de-santa-bárbara. Horário de colher as ervas e de tomar o banho é de 18 às 21 horas de segunda-feira.
Oferendas na Umbanda
As oferendas na Umbanda são magias e não um simples ato de agradar ou louvar essa ou aquela entidade, ou mesmo algum Orixá. É uma forma de colocar a trabalho as quatro forças da natureza e seus Elementais. Apenas as Entidades de Pretos Velhos e Crianças são agraciadas com bolo, pães, balas, pirulitos, doces e guaranás, quando incorporam nos médiuns em festas, para confraternizar com os assistentes.
Temos três tipos de elemento dentro de uma oferenda:
Elemento Líquido: Bebidas (vinho, água, álcool, cachaça, etc.);
Elemento Sólido: Mineral (rochas, pedras, etc.) vegetal e animal;
Elemento Gasoso: Representado pela queima de cigarros, charutos e cigarrilhas.
Se for determinada algum tipo de oferenda consulte o Cacique Material para receber orientação e não danifique a natureza com copos, de vidro, garrafas e alguidares
Domínios dos Orixás
Oxalá
Cor: Branca
Domínios: Todos os campos da natureza.
Oxóssi
Cor: Vermelha
Domínio: As matas.
Xangô
Cor: Marrom
Domínio: As pedras.
Ogum
Cor: Verde
Domínio: As estradas.
Iemanjá
Cores: Rosa e branco cristalino
Domínio: O mar e as águas em geral.
Oxum
Cor: Azul
Domínio: As águas doces.
Iansã
Cor: Amarela
Domínios: Ventos e Tempestades.
Obaluaiê
Cores: Preto e branco
Domínio: As cavernas.
Exu
Cores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Pomba-gira
Cores: Preto e Vermelho
Domínio: Os descampados.
Marinheiro
Cores: Azul e branco
Domínio: As emoções.
Boiadeiro
Cores: Marrom e Vermelho
Domínio: A força bruta.
Cigano
Cores: Todas do arco-íris
Domínio: A liberdade.
Baiano
Cores: Variadas
Domínios: A esperança e a coragem.
Caboclo
Cor: Verde
Domínio: A simplicidade.
Preto-Velho
Cor: Branco
Domínio: A sabedoria.
Criança
Cores: Variadas
Domínio: A pureza.
De acordo com a Umbanda praticada no Terreiro são inseridos instrumentos, cores e outros objetos nos rituais. O universo espiritual é complexo e misterioso, desta forma, não faça crítica sobre rituais alheios, pois tudo um significado intrínseco.
Linhas de Exus
Exu tem origem do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, a divindade que representa o vigor, a energia que gira em espiral. São espíritos que já encarnaram na terra, pessoas que por desigualdade social sofreram discriminação e se tonaram pessoas marginalizadas, sem teto, sem trabalho. Com fome e frio buscaram formas alternativas de ter dinheiro para a subsistência. Estes espíritos buscam evolução, mas ainda estão arraigados aos vícios terrenos. Os homens dedicavam-se a jogos, roubos, brigas, boemia, alcoolismo e ludibriar em negociatas. As mulheres belas e coquetes, se dedicavam à prostituição, na venda de prazeres ou, como dançarina em cabarés.
Inúmeros espíritos aceitaram a evangelização dos mentores espirituais e ingressaram em falanges para a missão da caridade auxiliando, irmãos encarnados que ainda estão sob os vícios. Fazem parte das falanges dos Exus que trabalham nos terreiros de Umbanda.
São entidades amigas, dispostos a ajudar seus semelhantes em trabalhos de limpeza e abertura de caminhos, mas gostam de receber presentes, o que bebiam e fumavam quando encarnados. No terreiro tem como missão afastar espíritos ainda sem luz como Zombeteiros e Eguns que desejam prejudicar os trabalhos e proteger o corpo mediúnico. Nos finais dos trabalhos são chamados para a descarga e quase sempre, tem um dia determinado para prestarem atendimentos em consultas. Assim como os Preto-velhos, Crianças e Caboclos, são servidores dos Orixás.
No Brasil são conhecidos como os senhores (masculino) e senhoras (feminino), os guardiões das ruas, dos cemitérios e estradas. Como obedecem ao Guardião de cada orixá, sua atuação em trabalhos como desfazer demandas e feitiços, feitos por espíritos malignos seguem, uma orientação específica.
Quando trabalham na Umbanda a cor do vestuário também é o branco e fumam charutos. Em outras vertentes da Umbanda usam vestuário colorido (vermelho ou preto) e usam chapéus, capas, bengalas, punhais e as Pombas Gira usam vestidos e enfeites. Todos bebem e fumam o que gostam, ao som de atabaques e outros instrumentos
A crendice popular sem conhecimento rotula Exu de “diabo” de forma errônea. Os espíritos trevosos e malignos que causam malefícios para a humanidade por vinganças ou prazer habitam o mundo das trevas, onde as energias são densas e são chamados de KIUMBAS. Estes espíritos semeiam na humanidade sentimentos negativos como sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe.
Se você pensa que os espíritos que habitam o caos são desorganizados engana-se, pois ali existe hierarquias como nas Linhas de Umbanda e Exus que representam o BEM. São dirigidos e orientados por espíritos de pessoas que quando encarnados foram, assassinos, desertores de guerras, etc ., com mentes inteligentes e treinadas para semear o MAL. Para cada ato maléfico destes espíritos, a queda no caos é mais profunda até o ponto de perderem a consciência do que praticam e se tornarem bestas espirituais. Infelizmente, quase que na totalidade não aceitam o caminho da Luz. Muitas vezes se apresentam como Exus em um terreiro, mas não enganam a cúpula espiritual por seu odor fétido.
Organização e Hierarquia dos Exus
Exus do Cemitério
São Exus que, em sua maioria, servem à Obaluaiê. Durante as consultas são sérios, reservados e discretos, podem eventualmente trabalhar dando passes de limpeza (descarregando) o consulente. Alguns não dão consulta, se apresentando somente em obrigações, trabalhos e descarregos.
Exus da Encruzilhada
São Exus que servem a Orixás diversos. Não são brincalhões como os Exus da estrada, mas também não são tão fechados como os do cemitério. Gostam de dar consulta e também participam em obrigações, trabalhos e descarregos. Alguns deles se aproximam muito (em suas características) dos Exus do cemitério, enquanto outros se aproximam mais dos Exus da estrada.
Exus da Estrada
São os mais "brincalhões". Suas consultas são sempre recheadas de boas gargalhadas, porém é bom lembrar que como em qualquer consulta com um guia incorporado, o respeito deve ser mantido e sendo assim estas "brincadeiras" devem partir do guia e nunca do consulente. São os guias que mais dão consultas em uma gira de Exu, se movimentam muito e também falam bastante, alguns chegam a dar consulta a várias pessoas ao mesmo tempo
Os Exus, estão também, divididos em hierarquias. Onde temos desde Exus muito ligados aos Orixás até aqueles Exus ligados aos trabalhos mais próximos às trevas. Os Exus que tem grande evolução estão nas funções de mando, como chefes das falanges. Recebem as ordens diretas dos chefes de legiões da Umbanda. Pouco são aqueles que se manifestam, apenas alguns médiuns, bem preparados, com enorme missão aqui na Terra, tem um Exu como o seu guardião pessoal. São os guardiões chefes de terreiro.
Correspondência entre os Exus e as diferentes irradiações dos Orixás
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxalá: Obaluaiê
EXÚ SETE ENCRUZILHADAS Comando negativo da linha
Exú Sete Chaves intermediário para Ogum
Exú Sete Capas intermediário para Oxossi
Exú Sete Poeiras intermediário para Xangô
Exú Sete Cruzes intermediário para Yorimá
Exú Sete Ventanias intermediário para Yori
Exú Sete Pembas intermediário para Yemanjá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yemanjá: Pomba Gira Rainha
POMBA GIRA RAINHA Comando negativo da linha
Exú Sete Nanguê intermediário para Ogum
Maria Mulambo intermediário para Oxossi
Exú Sete Carangola intermediário para Xangô
Exú Maria Padilha intermediário para Yorimá
Exú Má-canjira intermediário para Yori
Exú Maré intermediário para Oxalá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ibeiji: Mirim
EXÚ TIRIRI Comando negativo da linha
Exú Toquimho intermediário para Ogum
Exú Mirim intermediário para Oxossi
Exú Lalu intermediário para Xangô
Exú Ganga intermediário para Yorimá
Exú Veludinho intermediário para Oxalá
Exú Manguinho intermediário para Yemanjá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Xangô: Lodê
EXÚ GIRA MUNDO Comando negativo da linha
Exú Meia-Noite intermediário para Ogum
Exú Mangueira intermediário para Oxossi
Exú Pedreira intermediário para Oxalá
Exú Ventania intermediário para Yorimá
Exú Corcunda intermediário para Yori
Exú Calunga intermediário para Yemanjá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Ogum: 7 Enzuzilhada
EXÚ TRANCA-RUAS Comando negativo da linha
Exú Tira-teimas intermediário para Oxalá
Exú Veludo intermediário para Oxossi
Exú Tranca-gira intermediário para Xangô
Exú Porteira intermediário para Yorimá
Exú Limpa-trilhos intermediário para Yori
Exú Arranca-toco intermediário para Yemanjá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Oxossi: 7 Montanhas
EXÚ MARABÔ Comando negativo da linha
Exú Pemba intermediário para Ogum
Exú da Campina intermediário para Oxalá
Exú Capa Preta intermediário para Xangô
Exú das Matas intermediário para Yorimá
Exú Lonan intermediário para Yori
Exú Bauru intermediário para Yemanjá
Os Setes Exus Chefes de Falange da Vibração Espiritual de Yorimá:
EXÚ CAVEIRA Comando negativo da linha
Exú do Lodo intermediário para Ogum
Exú Brasa intermediário para Oxossi
Exú Come-fogo intermediário para Xangô
Exú Pinga-fogo intermediário para Oxalá
Exú Bára intermediário para Yori
Exú Alebá intermediário para Yemanjá
De acordo com a Umbanda praticada no Terreiro são inseridos instrumentos, cores e outros objetos nos rituais. O universo espiritual é complexo e misterioso, desta forma, não faça crítica sobre rituais alheios, pois tudo um significado intrínseco.
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